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A Arteterapia, por propor o uso de atividades envolvendo o toque físico das mãos, causa nos pacientes uma reação sensorial. Ao tocarem nos materiais, como giz de cera, materiais de colagem, tintas e argilas, suas mãos atuam como órgãos sensoriais neurofisiológicos e, as relações que ocorrem entre paciente e objeto refletem, muitas vezes podem remeter a alguma experiência passada.
Os eventos traumáticos, em grande maioria, envolvem o toque como um dos principais sentidos explorados, a exemplo de um toque indesejado, violento, doloroso, que causa aversão ou, até mesmo, um evento caracterizado pela ausência do toque por negligência. Além disso, durante o cotidiano, os limites da pele são constantemente invadidos por meio de toques inadequados, abusos, acidentes ou mesmo procedimentos médicos. Assim, ao se engajar com a Arteterapia, o paciente consegue ressignificar emoções através do toque.
Continue a leitura para entender como o toque age como mapa para a superação.
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O toque e as memórias
As memórias sensoriais relativas ao toque são frequentemente mantidas de maneira implícita e os pacientes raramente tomam ciência sobre o quão profundamente os traumas e essas memórias táteis moldam o modo como se relacionam com seu mundo presente. Essas experiências se inscrevem no “mapa corporal das mãos” e, consequentemente, por conta de suas reações traumáticas, os pacientes tendem a evitar conexões maiores com algumas áreas nas palmas de suas mãos.
O terapeuta que possui um conhecimento aprofundado sobre as comunicações hápticas conseguem observar com maior clareza os medos e receios do paciente referentes à personificação de objetos, bem como o grau de conforto que sente frente a certos objetos, relacionados a suas relações táteis. Ao promover uma conexão tátil por meio de materiais de arte, o terapeuta consegue contribuir significativamente para um processo de cura sensório-motor.
O mapa corporal das mãos
As mãos são órgãos sensoriais neurofisiológicos complexos, onde refletem em si todo o organismo humano. O neurologista David Linden, em sua pesquisa referente à ciência do toque, chama o fenômeno de “mapa do toque”, colocando que “um mapa da superfície corporal existe no córtex somatossensorial”, logo, este conhecimento, quando adaptado para os conceitos terapêuticos, pode facilitar o processo de cura.
Mapeando o toque
Para compreender como funciona o “mapa corporal das mãos”, basta considerar a relação existente entre a base da mão com a pélvis e o abdômen, isso é exemplificado quando o indivíduo tenta afastar uma mesa com as pontas do dedo, que por sua pouca força, dificilmente conseguirá realizar a tarefa; entretanto, com a base das mãos conseguirá mover a mesa com mais facilidade. Assim, a mão acaba por envolver o núcleo gravitacional no abdômen inferior onde sua base tende a envolver todos os impulsos motores brutos que envolvem pressão.
Mão plana
A mão plana possui maiores habilidades sensoriais, logo, no momento em que a mão interna se conecta com a tinta ou com a argila, consegue realizar uma comunicação direta com todo o corpo, como por exemplo ao tocar em algo frio ou quente, macio ou duro, prazeroso ou repulsivo. Outro exemplo é quando o indivíduo acaricia ou abraça alguém por quem possui grande afeto, onde sempre a envolve com as mãos abertas.
A mão plana, ao tocar a tinta, argila, ou mesmo um creme, faz com que o indivíduo se conecte profundamente. Por outro lado, ao interagir com massinha de modelar ou slime (objeto gelatinoso), a região do coração e pulmão tendem a responder ao toque, podendo causar efeitos tanto sensoriais quanto emocionais.
Ponta dos dedos
O paciente que possui algum trauma relacionado a feridas em relacionamentos tendem a se afastar do contato direto com materiais de arte que pedem o uso da mão plana, tendendo a preferir por ferramentas artísticas de distanciamento, como por exemplo o giz de cera, pincéis e, até mesmo, tesouras - ou podem optar apenas por usar as pontas dos dedos.
Estes pacientes em muito se esforçam para não tocarem plenamente o objeto e por não serem tocados em sua integridade, evitando o centro relacional na fisiologia expressos na região do peito e coração.
Além disso, as pontas dos dedos podem atuar como sensores virtuais, ativando não apenas a sensibilidade tátil, mas outros sensores como a visão, audição, olfato e paladar, envolvendo as habilidades cognitivas, estimulando a imaginação, bem como podem reconhecer formas.
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