O psicólogo pode utilizar a Acupuntura como recurso complementar ao atendimento para tratar problemas afetivos, familiares, emocionais ou de ajustamento, utilizando-se do diagnóstico psicológico.
Essa afirmação consta no recurso especial que o Conselho Federal de Psicologia enviou ao Supremo Tribunal Federal em 2013, solicitando a reformulação da decisão que havia estabelecido que os profissionais da Psicologia não poderiam utilizar a Acupuntura como método ou técnica complementar de tratamento.
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O documento, que visava assegurar aos psicólogos o direito de usar a técnica terapêutica oriunda da Tradicional Medicina Chinesa, explica que “o psicólogo, a partir das atribuições profissionais estampadas na Lei nº 4.119/1962, utiliza a acupuntura como recurso complementar a sua atividade profissional”.
Isso significa que o psicólogo não utiliza a Acupuntura para tratamento médico ou clínico, e sim a partir de um diagnóstico psicológico.
Dessa forma, se um paciente chegar ao consultório para tratar de uma cardiopatia, o profissional não poderá utilizar-se da Acupuntura para tal finalidade, e encaminhará o paciente a um médico”, dizia o recurso do CFP encaminhado ao STF.
A batalha judicial durou até 2019, quando foi aprovada a regulamentação da Acupuntura após 16 anos de tramitação do referido recurso. Ao contrário do que desejava a classe médica, a Acupuntura passou a ser legalmente exercida pelo profissional graduado na matéria e também profissional da área da saúde com especialização reconhecida pelo Conselho Federal da especialidade. Proposta defendida desde o início pelo Conselho Federal de Psicologia.
Os benefícios do uso da Acupuntura pelos psicólogos
As pessoas vêm até os psicólogos com traumas, medos, ansiedades, síndrome do pânico, dores musculares resultantes de tensão nervosa, insônia e outros inúmeros desconfortos que constam em qualquer lista de males que podem ser amenizados pela Acupuntura.
Hoje, milhares de brasileiros beneficiam-se com essa técnica milenar praticada por psicólogos pós-graduados em Acupuntura, que a utilizam como instrumento auxiliar no atendimento psicológico.
Importância do conhecimento da acupuntura pelo profissional de Psicologia: aplicações junto aos transtornos psicológicos
O título acima é também o título da última seção do artigo da Dra. Célia Vectore (psicóloga e doutora especialista em Acupuntura), intitulado “Psicologia e Acupuntura: primeiras aproximações”.
“Em relação às desordens psicológicas”, escreve a pesquisadora, “a ciência psicológica tem contribuído com diferentes formas de se intervir terapeuticamente no fenômeno depressivo, e, dentre as abordagens mais promissoras, encontra-se a terapia cognitiva, desenvolvida por Aaron Beck (Psiquiatra Criador da Terapia Cognitivo-Comportamental).
Entretanto, ao se considerar as publicações envolvendo as diferentes formas de tratamento das manifestações depressivas, constata-se um grande interesse de pesquisadores da área de Psicologia em investigar a efetividade da terapêutica com acupuntura em relação a tais desordens e a outras, de natureza eminentemente emocional”.
A Dra. Vectore menciona, ainda, estudiosos que “mostraram a eficácia da acupuntura no tratamento de episódios depressivos e ansiedade generalizada por meio do agulhamento em pontos como CS 6, C 7 ,VC 6, B 62”.
O Instituto Norte-Americano de Saúde organizou, em 1998, uma conferência com diversos especialistas sobre a eficiência da acupuntura. Os pesquisadores encontraram 2.302 referências de evidências no período entre janeiro de 1970 e outubro de 1997.
O consenso foi de que “a acupuntura mostrou ser uma técnica eficaz, entre outras, no tratamento pós-operatório e na redução dos transtornos da quimioterapia. Há evidências da adequação do uso da acupuntura, junto a outras modalidades terapêuticas, nos tratamentos de adição, dor de cabeça e fibromialgia, entre outros”, relata a Dra. Célia Vectore.
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