A arteterapia é uma excelente forma de expressar os sentimentos. Ela fornece um ambiente seguro para que o indivíduo se conecte com seu interior. Com isso, é possível trazer à tona o que está em seu inconsciente para um nível consciente.
Contudo, as primeiras sessões podem ser desafiadoras. Os motivos são diversos e podem incluir:
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falta de prática com a arte;
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medo de obter um resultado artístico insatisfatório;
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vergonha por não saber produzir arte;
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receio em expor os sentimentos;
- noções preconcebidas que impedem uma expressão fluida.
Cabe ao arteterapeuta, portanto, auxiliar o cliente a se abrir para a Arteterapia, eliminando qualquer preconcepção e resistência que ele apresente. Uma das formas de fazer isso é com a aplicação do conceito de “mente de iniciante”.
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O que é a “mente de iniciante”?
O termo “mente de iniciante” vem da palavra “Shoshin”, do Zen Budismo. Este conceito refere-se a ter uma atitude de abertura, avidez e ausência de preconceitos e noções preconcebidas ao estudar um assunto, mesmo que esteja em um nível avançado, da mesma forma que um iniciante faria.
Na Arteterapia, esse conceito pode ser aplicado tanto para pessoas iniciantes na Arteterapia quanto pessoas já experientes, para que todos estejam no mesmo nível ao iniciar uma sessão com a mente aberta.
É uma ótima forma de eliminar objeções como “Não sou bom em arte”, “Já tentei Arteterapia antes e não gostei” ou “Sempre tenho os mesmos problemas para relatar”.
Clientes com essas e outras ideias pré-concebidas tendem a transbordar preocupações, auto julgamentos e resistência que podem afetar o processo arteterapêutico. Afinal, uma mente cheia não tem espaço para ser criativa. Consequentemente, o processo de cura natural que se seguiria também é prejudicado.
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Qual o papel do arteterapeuta na indução da mente do iniciante?
Uma folha em branco apresenta infinitas possibilidades, mas também pode ser um gatilho, despertando sentimentos como ansiedade nos clientes. O papel do arteterapeuta, portanto, é lembrar os indivíduos de que eles possuem permissão para explorar e brincar com os materiais antes de começar de fato a produzir qualquer coisa.
Fornecer uma base segura
O profissional deve atuar o tempo todo como uma base segura de apoio para que a pessoa compreenda que o foco da sessão deve estar no processo e não no resultado. Assim, boa parte da ansiedade, das pré-concepções e do receio da vergonha acabam diminuindo.
Estimular a exploração de materiais
Enquanto explora os materiais disponíveis, o arteterapeuta pode incentivá-lo a descobrir novas ferramentas. O simples ato de usar algo inédito para criar arte já ajuda a pessoa a entrar em um nível de mente de iniciante, por não ter ideia pré-concebida do que o material fará.
Incentivar o olhar artístico sobre objetos inusitados
A criação durante uma sessão de Arteterapia não precisa se limitar a uma folha em branco e lápis de colorir. Materiais alternativos podem ajudar o cliente a cultivar a mente do iniciante. Um bom exercício é olhar para um objeto doméstico comum e praticar a mente de iniciante perguntando-se “o que mais isso poderia se tornar?”.
Como abordar a mente do iniciante na arteterapia?
O profissional de arteterapia pode tanto exercitar a si mesmo para atingir a mente do iniciante, quanto trabalhar com seus clientes nas sessões arteterapêuticas.
No artigo “A arte da mente do iniciante”, da artista e arteterapeuta certificada Sara Roizen, existem algumas formas de buscar atingir a mente de iniciante no processo criativo. Confira:
1 - Criar arte com a mão não dominante
Essa técnica requer um certo desapego com a perfeição, o que ajudará a quebrar a expectativa de que toda arte precisa ser bela ou ter formas harmônicas. Pode parecer estranho no início, mas muitas vezes torna-se libertador com o tempo.
2 - Usar a vizinhança como inspiração
A recomendação é dar um passeio lento pela vizinhança e fotografar 10 coisas que muitas vezes podem não ter sido notadas antes. Depois, caso a inspiração surja, é interessante usar uma dessas fotos para criar algo com as próprias mãos.
3 - Desenho de contorno cego
Essa técnica consiste em desenhar um objeto sem olhar para o papel. Com o auxílio de uma fita adesiva para manter o papel colado sem a possibilidade de sair do lugar, a pessoa deve ir desenhando de memória algum objeto enquanto mantém os olhos fechados. A inspiração para essa prática é a artista Elizabeth Layton, que começou a fazer desenhos de contorno aos 60 anos como forma de se curar de uma depressão severa.
4 - Experimentar novas coisas
É interessante usar um material de arte nunca usado antes ou, no caso de fazer sempre trabalho bidimensional, é recomendado fazer um trabalho tridimensional ou vice-versa. Se geralmente são utilizadas superfícies pequenas, superfícies maiores podem ser usadas.
5 - Criar com música
Mais do que usar a música como inspiração, é interessante escolher um gênero musical que a pessoa não ouve muito. O desafio deve ser criar enquanto ouve a música, deixando a mente aberta para vagar ao som de algo inédito.
6 - Criação em série
Um objeto pode servir de inspiração para a criação de 5, 10, 20 ou até mais peças pequenas. O interessante é perceber como cada criação será diferente, estimulando o indivíduo a olhar para um mesmo objeto com olhos de iniciante todas as vezes.
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