Em um cenário educacional que vai além do ensino de conteúdos acadêmicos, a preocupação com a saúde mental de alunos com dificuldades de aprendizagem torna-se uma prioridade essencial.
Professores desempenham um papel indispensável não apenas na transmissão de conhecimentos, mas também na construção de ambientes que promovem o bem-estar emocional e psicológico dos estudantes que enfrentam dificuldades.
Aprender a lidar com a carga emocional de tais desafios é fundamental. Por isso, cada vez mais profissionais têm buscado especializações na área de Psicopedagogia. Neste artigo, exploraremos estratégias práticas e eficazes que os educadores podem incorporar em suas práticas diárias para contribuir positivamente para a saúde mental dos alunos.
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O cenário da saúde mental de crianças e adolescentes
Segundo o relatório Situação Mundial da Infância 2021, quase uma em cada seis crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos de idade possui algum transtorno mental. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAN) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda apontam que:
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as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da incidência global de doenças e lesões em indivíduos com idade entre 10 e 19 anos;
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metade das condições de saúde mental começa aos 14 anos, mas a maioria não é detectada nem tratada;
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a depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre os adolescentes em todo o mundo;
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o suicídio é a terceira principal causa de morte entre os adolescentes de 15 a 19 anos;
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não tratar as condições mentais dos adolescentes de forma adequada prejudica a saúde física e mental e limita as futuras oportunidades;
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a promoção da saúde mental e a prevenção de transtornos mentais são imprescindíveis para ajudar adolescentes a prosperar.
Principais fatores que afetam a saúde mental de crianças e adolescentes
A saúde mental de crianças e adolescentes é influenciada por uma interação complexa de diversos fatores. Compreender esses elementos é fundamental para promover ambientes que favoreçam o bem-estar emocional e psicológico desses jovens.
Confira alguns dos principais fatores que influenciam a saúde mental de crianças e adolescentes:
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Ambiente familiar
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Ambiente escolar
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Pressões sociais e culturais
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Exposição à tecnologia e às redes sociais
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Traumas e eventos estressantes
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Dificuldades de aprendizagem
Como a dificuldade de aprendizagem afeta a saúde mental?
A dificuldade de aprendizagem não se limita apenas ao âmbito acadêmico; seus efeitos reverberam profundamente na saúde mental dos alunos. Compreender essa relação é crucial para proporcionar o suporte necessário e criar ambientes educacionais mais inclusivos.
Confira como a dificuldade de aprendizagem pode afetar a saúde mental dos estudantes:
1. Baixa autoestima e autoconfiança
Alunos que enfrentam dificuldades acadêmicas frequentes podem desenvolver baixa autoestima e baixa autoconfiança, impactando diretamente sua saúde mental. A sensação de inadequação pode gerar ansiedade e depressão.
2. Estresse e ansiedade
A pressão para acompanhar o ritmo da sala de aula, a preocupação com o desempenho e o medo do julgamento dos colegas podem desencadear altos níveis de estresse e ansiedade, prejudicando ainda mais o bem-estar mental.
3. Isolamento social
A dificuldade de aprendizagem muitas vezes leva à segregação social. O receio de ser estigmatizado pode levar os alunos a se isolar, prejudicando suas relações interpessoais e contribuindo para sentimentos de solidão.
4. Desmotivação e desinteresse
À medida que as dificuldades persistem, alguns alunos podem se tornar desmotivados e desinteressados pelo processo de aprendizagem, o que pode resultar em um ciclo negativo que afeta tanto o desempenho acadêmico quanto a saúde mental.
5. Impacto nas relações familiares
A dificuldade de aprendizagem pode criar tensões nas relações familiares, especialmente se não for compreendida adequadamente. Isso pode contribuir para conflitos familiares e agravar o estresse do aluno.
Como lidar com a saúde mental dos alunos?
Para priorizar a saúde mental e promover a autorregulação nos alunos, é preciso reconhecer a ligação essencial entre o bem-estar emocional e o desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido, é crucial fornecer aos professores o treinamento e o suporte necessários para integrar estratégias de regulação emocional eficazes em suas salas de aula.
A Dra. Erika Galea, neurocientista educacional e pesquisadora da Universidade de Malta, argumenta, em um artigo para a Educational Neuroscience Hub, que os professores podem desempenhar um papel fundamental no apoio à saúde mental dos alunos. Ela diz que os professores estão na melhor posição para observar mudanças no comportamento dos alunos e intervir precocemente.
Galea sugere que os professores sejam treinados para identificar os sinais de alerta de problemas de saúde mental e para fornecer apoio de forma compassiva e não punitiva. Ela também recomenda que as escolas criem um ambiente de aprendizagem positivo e de apoio, no qual os alunos se sintam seguros para expressar suas emoções.
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A especialização em Psicopedagogia Institucional e Clínica se centra no processo de ensino-aprendizagem, com foco nos impasses que nele ocorrem, bem como na possibilidade de superação de tais impasses por meio do uso de estratégias específicas para apoiar alunos com dificuldades de aprendizagem, deficiências e distúrbios emocionais que interferem na aprendizagem.
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