Algumas vezes nos deparamos com dificuldades – emocionais ou físicas – que fazem com que conquistas e autorrealizações se tornem degraus difíceis de alcançar. O pior é quando as dificuldades escapam de nosso controle e não conseguimos identificar o real motivo desses acontecimentos que comprometem o desenvolvimento pessoal e profissional. Isso pode estar atrelado diretamente às condutas adquiridas no decorrer de problemas no histórico familiar de cada indivíduo, condutas que, por questões naturais, acabam se tornando inconscientes. E é exatamente nesse ponto que o método terapêutico de Constelações Familiares atua.
Desenvolvido pelo psicólogo, teólogo e filósofo alemão Bert Hellinger, o método chegou ao Brasil na década de 1980. Nele, Hellinger defende a teoria de que nos envolvemos emocionalmente em questões gerais do sistema familiar, e que muitas delas acabam impedindo nosso desenvolvimento ao longo da vida, podendo nos causar diversos danos, como doenças físicas e mentais, dificuldades em nos relacionarmos ou problemas para nos desenvolvermos profissionalmente.
A aplicação da técnica de Constelação Familiar no paciente permite identificar, de forma rápida e profunda, como são produzidos os problemas em meio ao sistema familiar, destacando os padrões de conduta adquiridos e repetidos, imperceptivelmente, no decorrer de gerações, padrões estes que muitas vezes podem impactar negativamente a vida pessoal e profissional, e até mesmo a saúde.
A visão sistêmica das constelações faz uma análise dos casos em que a não progressão do indivíduo não pode ser explicada apenas com base em sua história pessoal, e busca levantar então o histórico familiar do indivíduo para a identificação da causa responsável pela insuficiência.
“Qualquer sintoma, problema ou queixa na vida pessoal, profissional, financeira, familiar, entre outras áreas, pode obter soluções a partir das constelações, uma vez que os nossos problemas estejam vinculados ao histórico de nossos antepassados (pais, avós, bisavós...)”, explica Cristina Alzirapsi, Professora Especialista e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Constelação Familiar da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).
O levantamento do histórico dos pacientes é feito a partir de perguntas básicas (estado civil, número de filhos, relação com os pais etc.) e de fatos dos sistemas familiares (acidentes, mortes precoces, abortos etc.). Essas questões procuram entender os fatos sem se aprofundar em assuntos delicados ou na história do problema.
Por conta de sua eficiência em identificar e trabalhar esses problemas provenientes do histórico familiar, a técnica de Constelação Familiar vem se popularizando e, consequentemente, tornando-se cada vez mais importante entre os profissionais de Psicologia, Pedagogia e até mesmo Direito e Medicina. Por isso, a USCS desenvolveu o primeiro curso de pós-graduação do país voltado para essa área, visando atender à demanda e à especialização desses profissionais.
“Trata-se de um curso prático, em que os alunos terão a oportunidade, quando devidamente preparados, de conduzir constelações com supervisão para adquirir confiança e segurança”, explica a coordenadora Cristina. “Entre as disciplinas, teremos teorias da psicologia que são a base das constelações familiares, fornecendo ao aluno conhecimentos dos sistemas familiares e do funcionamento psíquico, tornando o curso completo", completa a coordenadora.