O dente do siso, ou terceiro molar, sempre era indicado por dentistas a ser extraído em todos os tipos de pacientes, sem distinção, já que, mesmo sem nascer, ele poderia ter cáries e oferecer incômodos conforme a sua posição no interior da boca. Entretanto, isso tem mudado, pois os dentistas passaram a avaliar mais minuciosamente esse dente, verificando que, em alguns casos, se ele estiver bem posicionado e puder ser bem higienizado, pode ser mantido.
O recomendado é que se extraia (se necessário) o dente do siso antes dos 30 anos de idade, pois, com o passar do tempo, a raiz do dente vai se calcificando com o osso, dificultando mais a extração. Isso pode lesionar os nervos da região e oferecer chances maiores de infecções, que podem causar complicações sérias e, em alguns casos, levar a óbito.
Pesquisas comprovam que a existência de um foco infeccioso nos ossos maxilares ou no interior da boca pode levar ao surgimento de problemas de saúde, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e pericardite. Em idosos, um dos focos de inflamação e infecção mais comuns são os dentes do siso não extraídos, afirmou Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas).
O siso comumente ocupa um lugar de difícil acesso e bem inervado. Em alguns casos, ele permanece escondido por completo pela gengiva e, em outros, nasce parcialmente, ficando apenas uma ponta para fora. Esses casos podem futuramente ser os mais problemáticos, já que não oferecem condições adequadas para uma perfeita higienização do dente, podendo levar ao acúmulo de bactérias e a infecções.
Por isso, o indicado é visitar um cirurgião-dentista a cada seis meses e cuidar bem da higienização dos dentes, escovando-os sempre após as refeições, com escova macia, e fazendo uso do fio dental.