Neuroplasticidade: Entendendo a Capacidade do Cérebro de se Adaptar e Aprender

Neuroplasticidade: Entendendo a Capacidade do Cérebro de se Adaptar e Aprender

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A neuroplasticidade, também conhecida como plasticidade neural, é a capacidade do cérebro de reorganizar-se formando novas conexões neurais ao longo da vida. Este fenômeno permite que os neurônios (células nervosas no cérebro) reajam a novas informações, experiências e estímulos sensoriais, modificando a estrutura e função cerebral.
 
No artigo “Environmental Enrichment: Enhancing Neural Plasticity, Resilience, and Repair”, publicado na Frontiers, os pesquisadores mostram que até meados do século XX, o dogma da neurociência enfatizava a natureza fixa e imutável do cérebro. Na década de 1960, porém, naquele que foi provavelmente um dos programas de investigação mais revolucionários em neurociência, uma equipe de investigadores da UC Berkeley gerou dados que revelaram as características dinâmicas de sistemas neurais maduros. 
 
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Marian Diamond
 
Uma das pesquisadoras mais importantes para superar a ideia de um cérebro imutável que apenas se degenerava com o tempo foi Marian Diamond. Trabalhando ao lado de Edward Bennett, David Krech e Mark Rosenzweig, ela documentou as mudanças neuroanatômicas em ratos expostos a ambientes enriquecidos.
 
Embora sugestões de plasticidade neural tenham sido introduzidas por Charles Darwin e Donald Hebb antes da pesquisa de Diamond, ela foi creditada por fornecer evidências tangíveis de neuroplasticidade. 
 
Um de seus colegas da Universidade da Califórnia em Berkeley, George Brooks, escreveu em seu obituário: “Dra. Diamond mostrou anatomicamente, pela primeira vez, o que hoje chamamos de plasticidade do cérebro”. Um artigo da BBC a apresenta como “a extraordinária cientista que estudou o cérebro de Einstein e revolucionou a neurociência moderna”.
 
Importância da Neuroplasticidade: 
 
Adaptação e Recuperação: A neuroplasticidade é crucial para a adaptação a novos ambientes e situações. Ela também desempenha um papel vital na recuperação de lesões cerebrais. Estudos mostram que, após um acidente vascular cerebral (AVC), o cérebro pode "recrutar" áreas adjacentes para recuperar funções perdidas, um processo essencial para a reabilitação neurológica.
 
Aprendizado e Memória: A capacidade de aprender e formar novas memórias está intimamente ligada à neuroplasticidade. Segundo o neurocientista Michael Merzenich, a neuroplasticidade é a base biológica para todas as formas de aprendizado e memória. Merzenich é um dos pioneiros no campo e suas pesquisas demonstram como o treinamento cerebral pode melhorar funções cognitivas em várias idades.
 
Como a Neuroplasticidade Funciona?
 
Formação de Sinapses: A neuroplasticidade envolve a formação de novas sinapses (conexões entre neurônios) e a remodelação das existentes. Atividades que estimulam o cérebro, como aprender uma nova habilidade ou praticar um hobby, podem fortalecer as sinapses, facilitando a comunicação entre neurônios.
 
Podação Sináptica: Durante o desenvolvimento e aprendizado, o cérebro também realiza um processo chamado de podação sináptica, eliminando conexões neurais que são menos utilizadas, permitindo que as conexões mais fortes e eficientes prevaleçam. Esse processo é fundamental para otimizar a função cerebral.
 
Fatores que Influenciam a Neuroplasticidade
 
  • Estímulos Ambientais
Ambientes ricos em estímulos, como a exposição a novas experiências, aprendizagem contínua e atividades cognitivas, promovem a neuroplasticidade. Estudos indicam que atividades como tocar um instrumento musical, aprender um novo idioma ou participar de jogos mentais podem aumentar a plasticidade neural.
 
  • Exercício Físico
     
O exercício físico também é um potente estimulador da neuroplasticidade. A atividade física aumenta a produção de fatores neurotróficos, como o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que favorecem o crescimento e a sobrevivência dos neurônios.
 
  • Nutrição e Estilo de Vida
Uma dieta equilibrada, rica em antioxidantes, ácidos graxos ômega-3 e vitaminas, é benéfica para a saúde cerebral e a neuroplasticidade. Além disso, um estilo de vida saudável, incluindo sono adequado e redução do estresse, é fundamental para manter o cérebro em seu melhor estado funcional.
 
Implicações da Neuroplasticidade na Educação
 
Compreender a neuroplasticidade permite que educadores desenvolvam métodos de ensino personalizados que aproveitam a capacidade adaptativa do cérebro. Estruturas de ensino que envolvem múltiplos sentidos e reforçam informações de maneiras variadas podem ser mais eficazes para promover a aprendizagem.
 
Intervenções baseadas na neuroplasticidade podem ser especialmente eficazes para estudantes com dificuldades de aprendizagem. Técnicas neuropsicopedagógicas podem ajudar a desenvolver habilidades cognitivas e emocionais, promovendo um ambiente de aprendizagem inclusivo e adaptável.
 
Você quer saber mais?
 
A neuroplasticidade é um campo fascinante que revela a incrível capacidade do cérebro de se adaptar e se reorganizar. Compreender e aplicar os princípios da neuroplasticidade pode transformar a educação, a reabilitação neurológica e a qualidade de vida das pessoas.
 
Aproveite para conferir o bate-papo com a professora e coordenadora dos cursos de Neuroeducação Dra Renata Marinho e a aluna formada na Pós USCS, no curso Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, a Neuropsicopedagoga Silvia Maria.





 
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