o indivíduo em seu plano consciente estabelece uma relação com o meio de adaptação, e nesse aspecto a persona realiza um papel importante para a manutenção desse processo. Por persona podemos entender “a interface psíquica entre o indivíduo e a sociedade que constitui a identidade social de uma pessoa” (STEIN, 2006, p. 206).

 

 

Em termos práticos, a estrutura da persona funciona como uma máscara que visa compor a personalidade do indivíduo em sua interação com o mundo, imitando, reproduzindo e compondo o universo que participa. Ao refletir a respeito do papel da persona em nossa individualidade, podemos observar que à medida que desempenhamos papéis sociais, no trabalho, na família, na vida acadêmica, em relações amorosas, buscamos estabelecer uma imagem estruturada e adequada para aquele fim. Para Jung (2008, p. 151), “a palavra persona é realmente uma expressão muito apropriada, porquanto designava originalmente a máscara usada pelo ator, assinando o papel que ia desempenhar na peça”.

 

Nesse aspecto é importante ressaltar que esse movimento do ego não é um tipo de falsificação da identidade, e sim um processo necessário diante de todos os aspectos da psique em sua totalidade, ou seja, comportamentos e atitudes expressam a libido do indivíduo, entretanto, quem ele é significa algo mais amplo e complexo.

 

A personalidade consciente nos parece um segmento mais ou menos arbitrário da psique coletiva. Ela resulta do desconhecimento a priori de fatores humanos fundamentais, da repressão mais ou menos involuntária de uma série de elementos psíquicos e característicos que poderiam ser conscientes, e cuja a finalidade é estabelecer aquele segmento da psique coletiva a que demos o nome de persona. (JUNG, 2015, p. 151).