A psicomotricidade é uma disciplina que se concentra na relação entre o corpo, mente e emoções, envolvendo a coordenação entre as habilidades motoras e as funções cognitivas e emocionais. Ela tem uma abordagem holística, considerando a pessoa como um todo, e desempenha um papel fundamental no desenvolvimento humano e na promoção do bem-estar. Aqui estão alguns aspectos importantes da psicomotricidade:
- Desenvolvimento Infantil: A psicomotricidade é frequentemente associada ao desenvolvimento infantil, pois se concentra na compreensão e na promoção do desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social das crianças.
- Integração Sensorial: A integração sensorial se refere à capacidade do sistema nervoso de processar informações sensoriais e coordenar essas informações com o movimento. A terapia de integração sensorial é frequentemente usada para ajudar pessoas com distúrbios sensoriais, como o Transtorno do Espectro do Autismo.
- Estimulação Cognitiva: A psicomotricidade também está relacionada à estimulação cognitiva.
- Terapia Psicomotora: A terapia visa melhorar a coordenação motora, a autoestima, a concentração e a interação social.
- Expressão Emocional: A psicomotricidade oferece uma maneira de expressar emoções e sentimentos por meio do movimento.
- Prevenção e Promoção de Saúde: Além de tratar problemas específicos, a psicomotricidade também desempenha um papel importante na prevenção e promoção da saúde.
Como surgiu a Psicomotricidade?
Ricardo Lussac, no artigo “Psicomotricidade: história, desenvolvimento, conceitos, definições e intervenção profissional”, diz que o termo psicomotricidade aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, no início do século XIX para nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras.
Com o avanço da neurofisiologia, percebeu-se que existem diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. “É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o termo Psicomotricidade, no ano de 1870”.
Quais os três pilares da Psicomotricidade?
No artigo “Um breve histórico, conceitos e fundamentos da psicomotricidade e sua relação com a educação”, os autores observam que o ser humano é visto como um corpo único e inseparável, e se desenvolve sobre três pilares: cognitivo (intelectual), motor (movimento) e o afetivo (relação), gerando assim, o equilíbrio biopsicossocial.
A psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto, o afeto. E é estruturada por três pilares: o querer fazer (emocional) – sistema límbico, o poder fazer (motor) – sistema reticular, o saber fazer (cognitivo) – córtex cerebral. Esses pilares podem ser descritos assim:
- Corpo: O corpo é o primeiro pilar da psicomotricidade. Ele representa a base física e motora da nossa existência. Através do movimento e da ação corporal, as pessoas exploram o mundo ao seu redor, adquirem habilidades motoras, desenvolvem a coordenação motora, experimentam sensações táteis e espaciais, e assim por diante.
- Mente: O segundo pilar da psicomotricidade inclui as funções cognitivas, como o pensamento, a percepção, a memória, a atenção e o raciocínio. A mente está intrinsecamente ligada ao corpo, pois as experiências corporais influenciam o funcionamento cognitivo.
- Emoções: As emoções representam o terceiro pilar da psicomotricidade. Elas desempenham um papel crucial na forma como nos relacionamos com o mundo e com os outros. As atividades psicomotoras proporcionam um meio para expressar e compreender as emoções. O trabalho psicomotor também ajuda as pessoas a desenvolverem a inteligência emocional, ou seja, a habilidade de reconhecer, entender e gerenciar suas próprias emoções e as emoções dos outros.
A interconexão entre esses três pilares é o cerne da psicomotricidade. Ela reconhece que o corpo, a mente e as emoções não podem ser compreendidos separadamente, pois estão intrinsecamente ligados.
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