Muitos me pedem para fazer uma Constelação sobre o atual momento. De verdade, estou primeiramente tentando entender tudo ou, ao menos, parte do atual momento.
Somos bombardeados de informações, muitas se contradizem, outras são fake, outras mais vêm misturadas com ideologias políticas e, por isso, não me sinto pronta para olhar tudo isso como Consteladora.
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Quem segue os ensinamentos de Bert Hellinger, autor das Constelações, aprende que somos muito pequenos diante de alguns assuntos. O Covid-19 tomou toda a humanidade, e o que consigo fazer dentro do que aprendi na minha caminhada com esse método é:
• Olhar com respeito para tudo que está acontecendo. Quando olho com respeito, incluo sem julgamentos, apenas vejo que pertence. Assim, respeito uma das leis da Constelação, que é o pertencimento, sem julgar o vírus, mas reconhecer que ele existe, e aí está, e que podemos aprender algo com sua presença.
• Aceitar. Tudo é como é. Não dá para mudar o que está feito, as consequências do que está aí. Dá para seguir as orientações do Ministério da Saúde e, assim, fazer cada um a sua parte. A aceitação faz parte da ordem equilíbrio. Somos muito pequenos diante de tudo que está acontecendo. Essa pandemia é muito maior e, por ora, aceitamos e respeitamos.
• Entender que alguns sofrerão mais e outros menos. Para alguns o vírus vem e leva à morte, causando dor e sofrimento; para outros, as dificuldades financeiras serão motivo de dor e sofrimento. A vida é assim. Naturalmente, sempre tem os privilegiados e os que sofrem escassez, e agora não será diferente. Entrar em revolta não ajuda nem a nós, nem a quem precisa. Acolher com empatia e ajudar no que for possível; deixar com o outro o que é do outro, pois cada um tem um destino a cumprir, cada um está onde está neste momento, e nada podemos fazer para salvar a todos. Aqui podemos pensar na hierarquia. Diante da vida somos grandes, e só os pais podem cuidar.
• Pais, como não pensar neles em tempos de pandemia. Para aqueles que têm seus pais acima de 60 anos, o coração deve mesmo estar mais apertado, e o medo, maior. Aqueles cujos pais já se foram devem estar gratos porque eles não estão passando por esse momento de crise.
Mas, o que olho mesmo é o quanto nossos ancestrais já viveram e vivenciaram: tantas pandemias, crises como secas, militarismo, doenças crônicas e contagiosas. Muitos de nossos ancestrais refugiados de guerras, entre outras situações difíceis que sabemos pelas histórias de nossos pais, avós e até bisavós.
Quem teve a oportunidade de ouvi-los se perderem em suas memórias, buscando suas histórias, sabe bem do que estou falando. É lindo ouvi-los, saber que passaram por tantas dificuldades e sobreviveram de forma que a vida chegou até nós. Hoje não tenho meus pais, mas tenho meus tios e tias, e sempre que tenho oportunidade, peço para que contem sobre o passado, pois é o nosso passado.
Ao ouvir essas histórias, percebemos o quanto são fortes, e é de força que somos fruto, e é dessa força que precisamos para passar por mais essa. Vamos fazer o melhor com a vida que recebemos dos nossos ancestrais; vamos fazer o nosso melhor neste momento em que o mundo precisa de nós.
Por: Alzira Cristina
Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Constelação Familiar Sistêmica
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