A Arteterapia pautada nos fundamentos da Psicologia Analítica, desenvolvida por Carl Jung, explora a relação existente entre arte e autoconhecimento, permitindo, assim, uma cura emocional. Através da exploração da criatividade, seja através de desenhos, pintura ou outras formas de expressão artística, é possível integrar as mentes consciente e inconsciente que podem ser analisadas por meio de imagens, metáforas e símbolos, que atuam como ponte entre o mundo interno e externo.
Se você quer entender mais sobre a relação entre Arteterapia e Psicologia Analítica, continue a leitura.
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O Fundamento Junguiano na Arteterapia
Enquanto a Psicanálise, desenvolvida por Freud, se pauta nas ideias freudianas de repressão, a Psicologia Analítica entende o inconsciente como uma fonte rica de símbolos para a análise das atitudes fundamentais do indivíduo.
A relação ente o inconsciente e o consciente, para Jung, denomina-se de “função transcendente” e é responsável por auxiliar na resolução de tensões e conflitos internos, os transformando em imagens. Tal processo se faz de extrema importância para a integração de aspectos não explorados da personalidade, podendo proporcionar equilíbrio emocional para o indivíduo.
Um dos métodos que Jung utilizava como ferramenta terapêutica para unificar o estado consciente e o inconsciente era a expressão artística, em especial durante sua prática de Imaginação Ativa, desenvolvida em sua famosa obra, o ‘Livro Vermelho’, trabalho pioneiro responsável por desenvolver a base de integração entre Arte e Psicologia.
O Mandala na Arteterapia
Um dos métodos mais utilizados na Arteterapia é a realização de Mandalas. Para o pai da Psicologia Analítica, o indivíduo ao desenvolver tais figuras, coloca-se em um espaço meditativo onde se centra para si, podendo explorar a autoexpressão e autorreflexão. A prática envolve o uso de materiais artísticos para que, através do desenvolvimento de figuras circulares, o conteúdo psíquico se sobressaia, onde cada detalhe contido no Mandala possui um significado passível de ser analisado.
Engajar-se na criação artística tende a evocar o Arquétipo do Juiz Interno, que pode desencadear o sentimento de autocrítica, fazendo com que o indivíduo não se sinta bom ou criativo o suficiente. Junto do terapeuta junguiano, é imprescindível que o indivíduo supere esse senso crítico para que melhor consiga se desenvolver em sua vida interior e se tornar mais espontâneo para viver uma vida mais autêntica.
Transformação através da Arteterapia
A Arteterapia é uma importante ferramenta de exploração e transformação interior; ao analisar as imagens criadas, perpassando desde o processo de descrição da arte em detalhes, explorando seus aspectos imaginativos, até o desenvolvimento de associações pessoais sobre o feito, passa a ser possível desenvolver um processo reflexivo sobre seus resultados terapêuticos.
Esse processo possibilita que as imagens internas saiam do inconsciente para o consciente, colaborando para o fortalecimento do Ego. Ao separar o Ego dos símbolos na expressão artística possibilitam ao inconsciente que apresente novas soluções para os conflitos psicológicos, através de uma interação dinâmica ou, como Jung apontou em suas obras, uma “função transcendente”.
Além disso, a Arteterapia não apenas reduz o estresse e regula as emoções, mas também promove integração psicológica e bem-estar social. Ao desacelerar e focar nos sentimentos, impressões e pensamentos sutis, o indivíduo consegue melhor desenvolver seu senso de identidade e, quanto mais consegue se aproximar de seu ‘Eu’, melhor consegue diferenciar o que está alinhado com seu verdadeiro ‘Eu’ e o que foi instruído a adotar.
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