A dor lombar inespecífica acontece quando não há presença de nenhuma patologia que possa levar a essa dor, então se faz necessário eliminar possíveis causas mais graves da dor lombar, as chamadas red flags (bandeiras vermelhas). São elas: perda de peso inexplicada, história de câncer, dor que piora durante a noite e não melhora em posição de pronação (barriga para baixo), dor difusa que não melhora ao repouso, dor com início súbito e piora progressiva, falha do tratamento conservador por 4-6 semanas, idade superior a 50 anos (devido ao desgaste natural das estruturas do corpo), velocidade de hemossedimentação elevada (presença de processo inflamatório, exame que verifica a velocidade de decantação das células vermelhas do sangue), mal estar geral (febre, fadiga rápida, apetite reduzido), uso de corticosteroides, imunossupressores, imunodeficiência/AIDS, osteoporose, história de fraturas anteriores, uso de drogas endovenosas, cirurgias prévias na coluna, anestesia em sela, alteração de sensibilidade perineal, retenção ou incontinência urinária, redução do tônus de esfíncteres, incontinência fecal, alteração de força e/ou sensibilidade dos membros inferiores da marcha e dor com irradiação ciática.
Ou seja, se a dor lombar vier acompanhada com qualquer um desses sintomas, deve-se fazer uma investigação mais aprofundada com o objetivo de descobrir a verdadeira causa e tratar o foco do problema, uma vez que, as bandeiras vermelhas indicam uma possível patologia mais grave.
Existem também as bandeiras amarelas na dor lombar, elas indicam os riscos psicossociais para o indivíduo apresentar dores crônicas, é a famosa ''dor psicológica''.
Existem sete bandeiras amarelas:
1. Atitudes e crenças sobre a dor lombar: o paciente acredita que a dor é uma condição perigosa, então ele não pode realizar nenhum tipo de movimento para não sentir dor ou imagina que a dor pode significar a pior das doenças como o câncer; acredita que se a dor melhorar, mas não passar totalmente, qualquer atividade que ele fizer, seja em casa, no trabalho ou na rua, irá piorar drasticamente sua dor.
2. Comportamento: o paciente acredita que sempre precisa de repouso devido sua dor lombar, relata que apresenta um limiar de dor muito alto. Acredita que usando dispositivos auxiliares para marcha irá minimizar a carga na região lombar reduzindo sua dor.
3. Questão de compensação: o paciente está recebendo algum auxílio financeiro, pois não consegue ir trabalhar devido à dor lombar, que pode ter sido causada durante o trabalho. Ele acredita, então, que está reivindicando sua saúde, pois a sua atividade laboral, de alguma forma, possibilitou que ficasse naquela situação.
4. Diagnóstico e tratamento: a forma com que é passado o problema para o paciente, alarmando e deixando preocupado, pedindo diversos exames e tratamentos, sem saber da condição financeira do paciente e nem explicando o motivo de tudo aquilo, pode levar a desestabilização emocional do paciente.
5. Emoções: paciente pode apresentar ansiedade, estresse, sensação de incapacidade devido à dor e irritabilidade.
6. Família: familiar que faz diversas atividades de vida diária pelo seu ente querido, pois o mesmo está com tanta dor que não consegue realizar, essa atitude se torna prejudicial ao paciente, além de histórico de dor lombar na família que resultou em problemas mais graves e leva o indivíduo a pensar que o mesmo acontecerá com ele.
7. Trabalho: medo de não conseguir retornar ao trabalho, crença de que o trabalho é prejudicial à sua condição, entre outros. Quando o paciente apresenta a bandeiras amarelas associadas à dor lombar, devemos encaminhá-los a outros profissionais e incentivar sempre os tratamentos e medidas que sabemos que pode aliviar sua dor. Não é porque ele apresenta bandeiras amarelas que sua dor não seja real, ela pode estar associada a essas características. O paciente necessita de outra abordagem, ou seja, de um tratamento interdisciplinar.
A dor lombar é uma somatória de vários fatores como questões genéticas, tabagismo, sedentarismo, obesidade, hábitos posturais ruins, insatisfação com o trabalho, realização de trabalhos pesados, litígio trabalhista, fatores psicossociais e depressivos.
Este texto foi retirado do nosso curso gratuito “Disfunções da coluna vertebral”, aprofunde seus estudos se cadastrando no mesmo gratuitamente.