Quem nunca “perdeu a voz” e sofreu com incômodos na garganta por alguns dias? De acordo com o Portal do Dr. Drauzio Varella, cerca de 30% das pessoas acabam desenvolvendo rouquidão em algum momento na vida.
A voz rouca é caracterizada por ser mais pesada e “áspera” do que o convencional e pode se manifestar em qualquer pessoa de qualquer idade, mas principalmente em profissionais que utilizam bastante a fala, como professores, cantores e comunicadores.
O que é rouquidão?
A rouquidão, ou disfonia, trata-se de uma alteração da voz, como timbre, tonalidade e volume, que pode afetar sua qualidade e vir acompanhada de sintomas como tosse sanguinolenta e sensação de nódulo do pescoço, causando incômodo e até mesmo dor.
Geralmente, quadros de rouquidão se manifestam de maneira temporária em pessoas que utilizam em excesso a voz. Em outros casos, pode ser permanente e indicar a presença de uma condição de saúde grave.
Mas seja temporária ou permanente, a rouquidão pode dificultar a comunicação e reduzir a qualidade de vida do indivíduo afetado e, por isso, deve ser investigada e solucionada com rapidez.
Tipos de disfonia
Para compreender os tipos de disfonia, é importante entender que a rouquidão é um dos diversos indícios desta condição, que pode vir acompanhada também de:
- perda de voz (afonia);
- esforço ao falar;
- esforço ao projetar a voz;
- falhas durante a fala;
- desconforto ao falar;
- variações impróprias de tom e de frequência, entre agudo e grave.
Localizada na região da garganta, a laringe exerce a função respiratória e fonética. É nesse órgão que estão as pregas vocais, que vibram com a passagem do ar vindo do pulmão, produzindo o som que é emitido.
Quando a disfonia ocorre pelo uso inadequado da voz, ela é categorizada como rouquidão funcional. Já quando surge por causa de alterações na laringe, a disfonia é chamada de orgânica.
Confira os tipos:
Disfonias funcionais
Não apresentam nenhuma alteração visível nas pregas vocais e são decorrentes do mau uso ou do abuso da voz.
Disfonias orgânico-funcionais
Começam geralmente com uma disfonia funcional, mas têm seu diagnóstico tardio evoluindo com lesão secundária nas pregas vocais, por exemplo, um nódulo vocal.
Disfonias orgânicas
Apresentam uma alteração anatômica nas pregas vocais, como nódulos, pólipos, tumores e papilomas, cistos, granulomas, laringites, entre outros.
O que deixa a voz rouca?
A rouquidão pode surgir devido a causas tanto inofensivas quanto graves, como:
- uso indevido da voz, como gritar muito;
- resfriado ou infecções respiratórias;
- alergias;
- tosse crônica;
- tabagismo;
- intubação;
- refluxo gastroesofágico;
- inalação de substâncias irritantes;
- câncer de laringe ou na garganta;
- distúrbio na tireoide;
- câncer de tireoide ou de pulmão;
- rinite ou sinusite agudas/crônicas;
- presença de nódulo nas cordas vocais;
- desordem nervosa ou muscular na região da laringe;
- efeito colateral de medicamentos ou substâncias que alteram a hidratação local.
Quando a rouquidão pode ser considerada grave?
É comum que os quadros de rouquidão passem sozinhos sem causar prejuízo algum ao indivíduo. Contudo, caso a rouquidão persista por 14 dias ou mais, verificando-se que a mudança vocal não esteja associada a gripe ou resfriado ou até mesmo o uso inadequado da voz, é recomendado buscar orientação profissional.
Além da duração da disfasia, o profissional deve atentar-se a outros indícios preocupantes, como:
Outro indício de alerta é quando, além da voz rouca, o paciente passa a ter sintomas como:
- febre;
- diarreia;
- perda de peso;
- tosse persistente;
- presença de ferida na garganta;
- dificuldade para respirar;
- dor e dificuldades para engolir;
- sensação de que há uma bola no pescoço.
A busca por orientação médica logo no início dos sintomas é essencial, pois a rouquidão persistente pode indicar a existência de um câncer de laringe. Nesses casos, a disfasia e os sintomas correlatos tendem a permanecer até que sejam realizadas manobras terapêuticas adequadas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico clínico deverá levar em conta o histórico do paciente e o exame físico de avaliação da laringe e das pregas vocais. Nos casos da condição se estender por mais de 14 dias, é recomendada a solicitação da nasofibrolaringoscopia, exame que visa fornecer imagens da mucosa nasal, da laringe e da faringe.
Outros exames que podem ser solicitados são:
- telelaringoscopia;
- estroboscopia;
- hemograma;
- tomografia computadorizada;
- biópsia, para investigar lesões mais graves.
Tratamentos para rouquidão
O tratamento para rouquidão irá depender do estado do paciente e do tipo da disfasia. Em alguns casos, a fonoterapia é suficiente, enquanto em outros pode ser necessário fazer uso de medicamentos ou, até mesmo, submeter-se a cirurgias com um otorrinolaringologista.
Confira as principais indicações no caso de determinados diagnósticos:
Laringite aguda
A indicação é o repouso vocal e uma boa hidratação. Por vezes, pode ser associada à fonoterapia.
Lesões não cancerosas
É recomendada a fonoterapia para aprendizado do uso da voz e hidratação adequada. Em algumas situações, a cirurgia pode ser indicada.
Lesões cancerosas ou pré-cancerosas
Nesse caso, indica-se cirurgia. Em algumas situações, quimioterapia e radioterapia podem ser associadas ao tratamento.
Melhores chás para acabar com a voz rouca
Manter-se hidratado em quadros de rouquidão é imprescindível. Por isso, o profissional pode tanto recomendar o aumento do consumo de água quanto incentivar a ingestão de chás que ajudarão na hidratação.
Além disso, muitos chás naturais possuem propriedades capazes de auxiliar a reduzir o incômodo sentido na garganta.
Confira os melhores chás para melhorar a rouquidão:
Chá de sálvia
A sálvia possui propriedades anti-inflamatórias capazes de auxiliar a reduzir a inflamação na garganta e aliviar a dor. Além disso, contém compostos bioativos, como o ácido rosmarínico, com propriedade antimicrobiana.
Chá de gengibre
O gengibre é um anti-inflamatório e um forte aliado no tratamento da dor de garganta.
Chá de eucalipto
O eucalipto apresenta compostos com efeitos calmantes na mucosa da garganta, reduzindo a irritação e agindo diretamente na laringe e nas cordas vocais.
Dica: própolis nos chás
O própolis contém compostos bioativos, como flavonoides e ácidos fenólicos, que têm atividade antimicrobiana e propriedades anti-inflamatórias, que podem ajudar a reduzir a inflamação, aliviando a dor e a irritação.
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