Quem são, como trabalham e o que pensam a respeito de sua prática os terapeutas brasileiros de abordagem junguiana? A pesquisadora Aurea Martinez Caetano, psicóloga, analista junguiana e mestre em Psicologia Clínica, escreveu um artigo em que descreve os fundamentos teóricos, as técnicas terapêuticas e o sentido para o terapeuta junguiano do trabalho que ele realiza.
A pesquisa da Dra. Caetano com 282 profissionais trouxe dados interessantes:
- Os conceitos mais importantes: conceitos de complexo, self e processo de individuação apareceram como mais importantes.
- Os requisitos mais significativos: a prática, experiência como terapeuta e análise pessoal.
- Os trabalhos mais cruciais: o trabalho com interpretação de sonhos é fundamental, seguido da utilização de técnicas expressivas.
- O principal motivo que faz o cliente procurar o terapeuta: a maioria significativa dos terapeutas pesquisados atende pacientes adultos e crise pessoal é o motivo principal para procura por análise ou terapia
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Mas, como funciona a Psicologia Analítica?
O terapeuta praticante da psicologia analítica atua com o objetivo de unir forças com o paciente para chegar ao entendimento da solução. O terapeuta junguiano não é o detentor das verdades ou simplesmente dará as respostas que resolverão o problema do seu paciente.
Desse modo, o paciente é livre para falar ou comentar tudo o que desejar; assim, ele fornece recursos para que o seu terapeuta, conhecedor dos símbolos da situação e de como ela é representada pelo paciente, possa ajudá-lo entender mais de si mesmo e compreender como a sua presença interfere no mundo à sua volta.
Como você deve imaginar, a interpretação de símbolos feita pelo terapeuta vai muito além da superação do óbvio. O profissional devidamente qualificado está preparado para se desprender do olhar mais superficial — como diz uma publicação do Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica — para entender como a situação está se processando.
Cada indivíduo é único e cada processo de psicoterapia terá uma forma de caminhar e evoluir — esse é um dos princípios mais importantes da Psicologia Analítica, que acontece na dinâmica paciente/terapeuta.
De acordo com a psicóloga Camila Ferlin, o terapeuta ouve o paciente buscando colocar luz em elementos ocultos, identificando os símbolos envolvidos na questão, o conteúdo que reside no inconsciente, atento aos insights que levem a uma compreensão mais ampla e possibilitem a ressignificação pelo paciente.
O processo terapêutico avança na medida que os insights mostram as potencialidades presentes no paciente, mas que não eram usadas em seu benefício porque ele não tinha consciência delas. Esta é a etapa do esclarecimento.
Grande parte dos mais de 425 mil psicólogos brasileiros têm usado a abordagem junguiana.
Dentre as abordagens psicológicas, a Psicologia Analítica é especialmente recomendada para:
- pessoas com pensamentos negativos ou situações de muito estresse;
- pessoas em busca de autoconhecimento, querendo identificar seus pontos fortes, fraquezas e crenças que podem estar limitando o crescimento pessoal e profissional.
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