O sentimento de frustração é inevitável para qualquer ser humano e, muitas vezes, tem como base as incertezas. A relação entre esses dois conceitos é complexa e multifacetada, influenciada por uma variedade de fatores psicológicos, emocionais e situacionais.
A forma como uma pessoa lida com a incerteza pode determinar em grande parte seu nível de frustração e bem-estar emocional. Muitas vezes a incerteza leva a expectativas ambíguas ou conflitantes sobre o resultado de uma situação.
Quando essas expectativas não são atendidas, pode resultar em frustração, especialmente se a pessoa tinha esperanças ou desejos específicos em relação ao resultado.
No artigo de hoje, você entenderá mais sobre o olhar da Psicologia Analítica sobre as frustrações e as incertezas.
As incertezas para Jung
No artigo "O que transforma nossa derrota", o analista junguiano e autor de 18 livros James Hollis aborda a complexidade das decisões difíceis que todos enfrentamos em algum momento de nossas vidas. O autor reflete sobre como o ego muitas vezes se vê dividido entre seguir caminhos familiares e seguros ou arriscar o desconhecido em busca de crescimento e renovação.
Via citações de Jung, o autor explora a ideia de que as decisões finais são frequentemente tomadas por uma agência superior ao ego, e que a verdadeira integração só é alcançada quando a consciência do ego se alinha com a vontade do Eu mais profundo.
O texto destaca a importância de nos conectarmos com nossa essência interior e confiarmos em nossa bússola interna para navegar pelas incertezas da vida.
Ao desafiar a fantasia da soberania do ego, o autor nos lembra da sabedoria e do poder que residem em nós, oferecendo uma perspectiva transformadora sobre as derrotas e desafios que enfrentamos.
A origem da frustração
Na maioria das vezes as coisas não acontecem do jeito que gostaríamos que acontecesse, de modo que a frustração se mostra como uma experiência constante na nossa vida. Mas a entrada do ser humano no mundo tem como base justamente as frustrações.
Segundo o psicanalista inglês Donald Winnicott, no início da vida a frustração é uma condição para fazermos parte do mundo. Desde o nascimento, a necessidade de alimentação do recém-nascido é suprida pela percepção da mãe de que é momento do filho ser alimentado. A resposta quase imediata ao choro da criança é fornecer o alimento.
Para o bebê, essa resposta imediata gera uma ilusão de onipotência, na qual ele acredita que teve o poder de criar o objeto de desejo para saciar sua fome, caracterizado neste caso pelo seio da mãe ou pela mamadeira.
Ou seja, neste primeiro momento da vida a frustração praticamente não existe, por haver uma coincidência entre a expressão da necessidade do bebê pelo alimento e a chegada do objeto materno que irá satisfazê-lo.
Contudo, ao longo do crescimento do bebê, as mães já não podem continuar satisfazendo a necessidade de alimentação exatamente no momento em que eles experimentam a necessidade e, naturalmente, vão deixando que eles passem pela experiência da frustração ao desejarem o alimento e não obtê-lo imediatamente.
É nessa fase que o bebê descobre que existe uma realidade externa a ele, com uma dinâmica própria, e começa o entendimento de que ele precisará se adaptar para obter o alimento que antes acreditava vir da “força do seu próprio pensamento”.
Posteriormente, descobre-se que essa realidade nem sempre está alinhada aos seus desejos e não gira em torno dele. Enquanto indivíduo, ele pode desejar, mas não necessariamente obterá aquilo que deseja, já que querer não é mais poder.
Essas pequenas frustrações iniciais da infância abrem as portas para a realidade que o indivíduo irá enfrentar durante a vida, sendo parte essencial do processo de adaptação ao mundo.
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Como superar incertezas e frustrações?
Lidar com incertezas e frustrações com base na Psicologia Analítica de Carl Jung envolve uma abordagem que reconhece a importância de compreender e integrar os aspectos da psique que estão por trás dessas frustrações.
Acompanhe algumas orientações fundamentadas nos princípios junguianos:
Autoconhecimento e autoaceitação
Jung enfatizava a importância de explorar e compreender os conteúdos do inconsciente pessoal. Ao reconhecer e aceitar nossos próprios sentimentos de incerteza e frustração, podemos começar a entender as razões subjacentes a esses sentimentos.
Exploração dos complexos
Jung propôs a ideia dos complexos, padrões inconscientes de pensamento e sentimento que influenciam nosso comportamento. Identificar os complexos relacionados à incerteza e à frustração pode ajudar a trazer à luz questões mais profundas que precisam ser compreendidas e integradas.
Diálogo interno
Através do diálogo interno, podemos explorar os diferentes aspectos de nós mesmos que contribuem para as incertezas que nos causam frustração. Isso envolve ouvir atentamente nossos próprios pensamentos e sentimentos, sem julgamento, e buscar compreender as mensagens que estão por trás deles.
Análise dos sonhos
Jung acreditava que os sonhos são expressões simbólicas do inconsciente, oferecendo lições valiosas sobre nossos conflitos internos e necessidades não atendidas. Ao analisar os sonhos relacionados à frustração e às incertezas, podemos descobrir padrões recorrentes e símbolos que ajudam a esclarecer seu significado mais profundo.
Integração e individuação
O processo de individuação, central na psicologia junguiana, envolve a integração consciente dos diferentes aspectos da psique. Ao reconhecer nossas incertezas e aceitar nossas frustrações como parte do todo de quem somos, podemos começar a transformá-las em oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal.
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A abordagem psicoterapêutica da Psicologia Analítica de Carl Jung é essencial na manutenção da saúde mental, auxiliando na busca pelo autoconhecimento por meio da expressão do inconsciente.
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Linguagem Simbólica
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