Em pleno Setembro Amarelo, a pós-graduação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) promoveu três grandes eventos para discutir as questões mais profundas referentes ao suicídio. A coordenadora do curso de Pós-Graduação em Suicidologia da USCS, Profa. Karina Okajima Fukumitsu, é uma das grandes responsáveis pela curadoria dos eventos. Com sua ampla experiência e conhecimento sobre a questão, uniu-se a profissionais das mais diversas áreas que fazem trabalhos magníficos para ajudar na conscientização e na prevenção ao suicídio e à automutilação.
Um dos eventos aconteceu no Teatro Sérgio Cardoso e os outros dois, na Unibes Cultural, e todos foram marcados por discussões nas quais o público foi convidado à reflexão a partir das mais diversas experiências dos palestrantes. E o momento para a discussão proposta pelos eventos é mais do que propício, afinal, é justamente para isso que o Setembro Amarelo surgiu.
Tivemos um público total de mais de mil pessoas. No Teatro Sérgio Cardoso, aconteceu o evento “Processos Autodestrutivos e Bem-Estar na Infância e Adolescência”; já na Unibes Cultural, o evento “Suicídio: Quebrando Silêncios e Acolhendo a Vida”, realizado em duas datas. Todos os eventos foram gratuitos e abertos ao público geral, tendo contado com a participação de pessoas das mais diversas profissões e experiências de vida.
Setembro Amarelo
Setembro foi escolhido para representar o mês oficial de conscientização sobre o suicídio. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) foi o responsável por estabelecer essa campanha no país. O suicídio é um assunto muito delicado; há muito tabu em torno do tema, porém, é preciso falar.
A USCS se engajou em mais uma causa social de grande importância, principalmente pelo fato de o número de suicídios ter aumentado significativamente nos últimos anos. No Brasil, o cenário é preocupante.
Profa. Karina Okajima Fukumitsu
A Profa. Karina Okajima Fukumitsu é coordenadora da nossa Pós-Graduação em Suicidologia: Prevenção e Posvenção, Processos Autodestrutivos e Luto, e sua trajetória profissional é repleta de trabalhos importantíssimos na área. Sua vida pessoal é o que lhe deu a motivação certa para lutar por tudo isso.
Karina vivenciou na própria pele a convivência com uma pessoa com ideias suicidas. Ela teve que lidar com o divórcio dos pais ainda muito pequena, e sua mãe passava por um quadro depressivo. “A sensação de perda era constante, principalmente quando presenciava as tentativas de suicídio de minha mãe. Era apavorante encontrá-la quase morta e ter de levá-la aos pronto-socorros de diversos hospitais. Quando as crianças perdem algo e não encontram suporte emocional, é comum assumirem a perda como se a responsabilidade fosse delas”, relatou ela.
“Quando era adolescente, enquanto meus amigos se preocupavam com os lugares onde poderiam se divertir, com os sentimentos despertados pelos primeiros namoros, eu tentava lidar com sentimentos ambivalentes, decorrentes do divórcio de meus pais. Sentia que perdera tanto tempo na minha adolescência, que me declarei uma espécie de caçadora de ganhos. Tive de criar estratégias para suportar a ideia de que perderia minha mãe a qualquer momento.
Encontrei também maneiras de assimilar a ausência de um pai que constituíra outra família. Os sentimentos de insegurança e perda eram permanentes em minha mente e em meu coração”, explicou a Professora Karina.
Curso de especialização
O curso de Pós-Graduação em Suicidologia: Prevenção e Posvenção, Processos Autodestrutivos e Luto visa especializar profissionais com as mais diversas formações e que dedicam suas vidas para o acolhimento do sofrimento existencial. Os temas discutidos – processos autodestrutivos, automutilação, adoecimento autoimune, morte, suicídio e luto – ainda são tabus, sobretudo em instituições que se destinam a formar profissionais da saúde e da educação. Apesar do estigma, constatamos que o tema do suicídio está cada vez mais presente na vida das pessoas, seja pela experiência direta, seja pelo significativo aumento de casos de homicídio e suicídio, de atos de violência e de autoagressão, sobretudo entre os jovens brasileiros.
O curso teve sua concepção baseada na crença de que as instituições formadoras de profissionais da saúde e da educação devem investir na discussão ética e bioética, bem como no aperfeiçoamento de profissionais para a elaboração de estratégias e de ações coletivas para a valorização da vida, o bem-estar biopsicossocial, a prevenção dos processos autodestrutivos e o acolhimento ao processo de luto.
Para mais informações sobre o curso, acesse: https://bit.ly/2IVHlmX
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