Intoxicações exógenas, cuidados na avaliação do enfermeiro

Intoxicações exógenas, cuidados na avaliação do enfermeiro

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A intoxicação exógena é definida como a presença de uma substância tóxica (veneno) no organismo que resulta em um conjunto de perturbações e danos, sendo desencadeada por alguma ação, voluntária ou não, que levou essa substância para o organismo. É considerada uma situação comum e frequente nos serviços de urgência. Os eventos geralmente ocorrem no domicílio de forma acidental, atingindo mais o grupo etário de 1 a 5 anos. A intoxicação voluntária acontece com maior frequência no grupo >6 anos, particularmente nos adolescentes. As manifestações clínicas dependem do agente tóxico (BRASIL, 2010).
 
As intoxicações exógenas são definidas como as consequências clínicas e/ou bioquímicas da exposição aguda às substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. Constitui um grave problema de saúde pública, principalmente na faixa pediátrica e em adolescentes, sendo um importante causa de morbidade na pediatria. No Brasil, os medicamentos são os principais agentes responsáveis, segundo estatísticas mais recentes. Seguem-se, de modo expressivo, as intoxicações por produtos domissanitários, os pesticidas e os produtos químicos de uso industrial. (LA TORRE et al., 2013, p. 45)
 
La Torre et al. (2013, p. 45) afirmam que, na conduta da intoxicação aguda, o atendimento é semelhante ao de qualquer emergência, esquematicamente, devendo-se atentar para alguns pontos que não necessariamente são sequenciais:
 
Avaliação clínica inicial. 
Estabilização (suporte vital e monitoração não invasiva). 
Reconhecimento da toxíndrome e identificação do agente causal.
Descontaminação. 
Administração de antídotos. 
Aumento da eliminação do tóxico absorvido. 
Tratamento e cuidados sintomáticos.
Monitoração laboratorial.
 
Para os autores, ainda, no que tange às intoxicações por faixas etárias, em lactentes com menos de 1 ano de idade cerca de 60% das intoxicações são produzidas por medicamentos (LA TORRE et al., 2013, p. 45). Além disso:
 
Na criança maior e no adolescente, a intoxicação por produtos domissanitários corresponde a praticamente o dobro da descrita para a população geral. É bem mais frequente na faixa etária de 1 a 4 anos. 
 
A intoxicação por produtos agropecuários é mais expressiva na faixa etária dos 19 anos. Na faixa etária dos adolescentes, deve-se levantar a hipótese de suicídio. As intoxicações por abuso de drogas são mais observadas entre 15 e 19 anos
 
Este texto foi retirado do nosso curso gratuito “Assistência de enfermagem em urgências e emergências pediátricas”, aprofunde seus estudos se cadastrando no mesmo gratuitamente.
 
 
 
Quando a criança fica sozinha em casa sem o acompanhamento dos pais, indica-se que seja feito sempre o controle das mediações utilizadas pela família, contando os comprimidos da cartela, para prevenir a ingestão de medicações e intoxicações das crianças. Os pais devem retornar ao domicílio em horários que não são os habituais para investigar o comportamento da criança e verificar a contagem e controle das medicações deixadas no lar (BRASIL, 2010).
 
O diagnóstico é considerado presuntivo, quando as informações são oriundas de familiares e/ou acompanhantes, e duvidoso, quando não há informação por parte de acompanhantes, mas baseada no caso clínico apresentado, fazendo-se a confirmação por exames toxicológicos, como cromatografia em camada delgada de gel de sílica, ou determinações analíticas quantitativas, por meio de espectrofotometria de reabsorção atômica, analisando-se sangue, urina, líquor, secreções salivares e lavados gástricos (LA TORRE et al., 2013).
 
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