A coordenadora do curso de pós-graduação em Suicidologia, Karina Okajima Fukumitsu, participou do programa “De A a Zuca”, da TV Gazeta. Em um bate-papo importante, o quadro teve como tema o suicídio entre os jovens. A conversa desenrolou-se a partir de experiências vividas por um atendente do Centro de Valorização da Vida (CVV), de pais que perderam sua filha para o suicídio e de uma explicação mais profunda sobre o assunto apresentada pela professora.
O que está acontecendo em nossa sociedade?
Questionada sobre isso, a professora Karina Okajima Fukumitsu afirmou que são muitas as questões que podem levar um jovem a se suicidar. “O que tem acontecido, normalmente, é uma falta de acolhimento ao sofrimento. A própria pessoa, os jovens, eles estão ficando cada vez mais descrentes que podem se acolher no sofrimento deles. Que é possível tolerar uma certa adversidade. O que a gente precisa cada vez mais é considerar, é esse respeito para a nossa condição humana, a gente sofre. Como é que a gente pode ensinar os jovens a acolherem este sofrimento? Tudo se torna sofrimento, porque viver não é fácil.”
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O apresentador, Celso Zucatelli, questionou a professora sobre a depressão ser o único gatilho para o suicídio, e ela respondeu que há vários outros fatores. “Não é só a depressão, existem outros transtornos mentais, então, a gente pode entender que um dos sinais de alerta mais importantes para a gente considerar é que toda tentativa de suicídio prévia mais um diagnóstico de transtorno mental, sendo não só a depressão, mas também o transtorno bipolar e esquizofrenia pode desencadear o ato suicida. Então, há vários acometimentos mentais que também trazem à tona essa questão.”
“É mais do que um diagnóstico, nós precisamos olhar para esse sofrimento. Então, aí a gente pode incluir os três Ds da cartilha da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP): existe o desemparo, desespero e desesperança. Então, a cartilha também coloca a depressão como um dos precipitadores do ato suicida. Então, nós precisamos acolher a pessoa em uma situação como essa, não só no caso do transtorno depressivo”, explica Karina.
Suicídio entre jovens brasileiros
Entre 2000 e 2016, no Brasil, o número de casos de suicídio aumentou gradativamente, segundo o Ministério da Saúde. Já no mundo, o número é ainda maior. Estima-se que os casos chegam a mais de 800 mil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Geralmente, o ato suicida acomete mais os jovens na faixa etária dos 15 aos 24 anos e os idosos acima dos 60 anos. O Brasil é um dos países que assinou o Plano de Ação em Saúde Mental, iniciativa lançada pela OMS/Opas. Por meio desse projeto, o número de mortes será acompanhado, e o desenvolvimento de programas de prevenção também será levado em consideração.
O suicídio tem sido tratado como um problema de saúde pública, por isso, vimos nos últimos anos o crescimento da disseminação de informações sobre o assunto e a expansão de grupos de ajuda, como o próprio CVV. Além disso, como destacado pela professora, é importante falarmos sobre o assunto. “Que sejamos instrumentos para ampliação da conscientização brasileira para cuidarmos da prevenção ao suicídio e da posvenção!”, finalizou.
A professora Karina Okajima Fukumitsu discorreu mais sobre o assunto no programa. Confira o quadro completo: https://bit.ly/2Zei9x3
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