MGF e treinamento de força

MGF e treinamento de força

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É sabido que MGF e IGF-IEa promovem ativação e proliferação de células satélites. Além do mais, foi atribuído ao MGF maior potencial para induzir rápida hipertrofia muscular esquelética (DAI et al., 2010). Contudo, pouco é conhecido sobre os mecanismos pelos quais esses fatores de crescimento contribuem para o remodelamento do músculo esquelético frente ao estímulo do exercício e do treinamento de força.
 
Os efeitos do exercício sobre os diferentes transcritos de IGF-I foram previamente analisados em diferentes faixas etárias (HAMEED et al., 2003). Uma sessão de exercício de força (EF) foi realizada por oito jovens de aproximadamente 29 anos e sete idosos de aproximadamente 74 anos (10 séries de seis repetições a 80% de 1 RM de extensões unilaterais de joelho com dois minutos de repouso entre as séries). Após duas horas e meia do estímulo, o nível de RNAm de MGF aumentou de 2% a 864% apenas nas amostras do músculo vasto lateral dos jovens, enquanto a IGF-IEa não apresentou alterações significativas intra e intergrupos experimentais. A ausência de alterações no RNAm das isoformas de IGF-I nos idosos pode ser devida ao fato de que o processo de recuperação de lesões induzidas por contrações seja pior em relação aos jovens. Entretanto, o curto período de tempo em que as amostras foram analisadas pode ter sido insuficiente para induzir resposta regulatória miogênica ao estímulo do EF (HAMEED et al., 2003).
 
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Em estudo recente, Roberts et al. (2010) não observaram diferença significativa na expressão do RNAm para MGF, IGF-IEa e peptídeos IGF-I entre os grupos jovem - 10 pessoas de 18 a 25 anos - e idoso - 10 pessoas de 60 a 75 anos - após três intervenções de EF (três séries de 10 repetições a 80% 1 RM em leg press, hack squat e leg extention, com dois a três minutos de intervalo entre as séries). As amostras musculares (vasto lateral) foram coletadas em quatro momentos: T1 – basal, T2 – 48 horas depois da primeira sessão, T3 – 48 horas após a segunda sessão e T4 – 24 horas após a terceira sessão. De acordo com as análises moleculares, houve efeito de tempo apenas para o grupo idoso, mostrando valores de expressão de RNAm para MGF aumentados em T2 (+224%), T3 (+174%) e T4 (+290%) em relação a T1. A frequência de expressão de MGF/IGF-IEa também não foi diferente entre os grupos e, novamente, houve efeito de tempo para o grupo idoso, que apresentou nível aumentado de RNAm para MGF/IGF-IEa em T3 e T4 em relação a T1. Os resultados sugerem que a expressão de MGF, IGF-IEa e peptídeos IGF-I permanece estável com a idade e em condições de repouso e destreinado, além de ser minimamente afetada em um período de 24 a 48 horas após EF (ROBERTS et al., 2010).
 
Previamente, foi observado um aumento significativo no nível de RNAm para IGF-IEa em 50 horas, após exercício isométrico agudo realizado por oito mulheres com idade média de 35 anos (20 séries de seis contrações voluntárias máximas de 20 segundos no knee extention, com 30 segundos de intervalo entre as repetições e dois minutos entre as séries) (GREIG et al., 2006). O aumento desse transcrito entre o estado basal e duas horas e meia pós-exercício foi significativo apenas depois de retirado o outlier (0,75 x 10-5 ng). Embora os valores para o RNAm de MGF estivessem em menor ordem de magnitude (10-5 ng vs. 10-9 ng) em relação ao IGF-IEa, este aumentou em 206% duas horas e meia depois do EF e manteve-se após 50 horas, porém altamente variável. Isso indica grande variação interindividual no curso temporal de resposta após duas horas e meia do EF. Os dados demonstraram que o exercício de força intenso, não necessariamente lesivo ou fatigante, foi suficiente para aumentar a expressão de IGF-IEa e MGF (GREIG et al., 2006).
 
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