O Arquétipo do Trapaceiro na Odisseia de Homero: Uma Análise Junguiana

O Arquétipo do Trapaceiro na Odisseia de Homero: Uma Análise Junguiana

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Homero, ao desenvolver seus dois poemas épicos, ‘A Ilíada’ e ‘A Odisseia’, apresentou diferentes arquétipos de heróis masculinos que, em uma batalha cósmica, transcenderam o reino mortal. Na ‘Odisseia’, em especial, a personagem sintetizada por Odisseu representa a epítome do arquétipo do Trapaceiro.
 
Odisseu, nesta obra, age com astúcia, adaptabilidade e disposição para quebrar regras em sua jornada de volta para casa após a queda de Troia. Sua história apresenta diferentes tipos de tensão referentes ao relacionamento entre deuses e humanos. ‘A Odisseia’ mostra que, apesar de os deuses do Olimpo terem grande poder, ainda sim estão sujeitos a serem enganados, desafiados ou evitados - como Odisseu assim o faz. Na qualidade de Trapaceiro, Odisseu é mestre em manipular percepções usando disfarces e charme para influenciar todos ao seu redor.
 
Continue a leitura e entenda a perspectiva da Abordagem Junguiana sobre o Arquétipo do Trapaceiro.
 
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O Arquétipo do Trapaceiro

O Arquétipo, para a Psicologia Analítica, se trata de um padrão universal de comportamento que advém do inconsciente coletivo e são diversos os Arquétipos definidos por Carl Jung - entre eles, há o Trapaceiro.
 
O Arquétipo do Trapaceiro representa um rebelde astuto que desafia convenções, quebra tabus e mina estruturas e hierarquias estabelecidas, assim como é representado pela figura de Odisseu. Neste Arquétipo, há a busca por contornar, enganar ou simplesmente ignorar regras de restrição, logo, é possível afirmar que o Trapaceiro deseja em seu íntimo a liberdade, como por exemplo em temas como a mortalidade, normas sociais, papeis de gênero e obrigações familiares.
 

Odisseu como Trapaceiro

Durante sua jornada em ‘A Odisseia’, Odisseu se demonstra pertencente ao Arquétipo do Trapaceiro quando, em suas atitudes, realiza estratégias astutas, enganos, utiliza disfarces e quebra regras para conseguir superar os obstáculos em seu caminho em busca de glória.
 
Odisseu busca a glória ao desejar se tornar herói de Troia, adquirindo fama imortal, bem como busca voltar para sua esposa e palácio e viver uma vida pacífica, satisfazendo a todos os seus desejos. Desta maneira, a personagem vivencia uma verdade do Arquétipo Trapaceiro - o de viver em ambos os mundos, conquistando suas vitórias com suas trapaças e não sofrer danos ao desfrutar de uma boa e confortável vida.
 
Entretanto, o Trapaceiro ao mesmo tempo em que consegue ser adaptável e habilidoso, costuma se tornar arrogante, com orgulho excessivo e a crença de que pode ser mais esperto do que todos ao seu redor e, até mesmo, transcender a própria natureza da realidade.
 

O Paradoxo do Trapaceiro

O grande paradoxo do Trapaceiro é que este deseja estar tanto dentro, quanto fora do jogo - tudo isso ao mesmo tempo -, sendo isento das regras da realidade, enquanto participa ativamente do mundo e recebe glória e aclamação, como no caso de Odisseu.
 
O Trapaceiro tenta trilhar sua jornada seguindo tanto pelo caminho do rebelde, quanto pelo caminho do obediente, ao mesmo tempo em que tenta não seguir por caminho algum, insistindo em uma terceira maneira desenvolvida por ele próprio.
 

O Trapaceiro no consultório

No consultório, o Arquétipo do Trapaceiro tende a aparecer em indivíduos que se sentem restringidos por expectativas sociais, limitações pessoas ou mesmo por circunstâncias opressivas. Entretanto, este Arquétipo pode servir como uma função compensatória para a psique, aparecendo para amenizar situações desconfortáveis e abrir novas possibilidades para o paciente.
 
Uma vez que vivendo atitudes rígidas ou mesmo pressões externas que estejam ameaçando sobrecarregar a personalidade do indivíduo, o Arquétipo do Trapaceiro pode ser requisitado para aumentar o grau de autonomia, criatividade e flexibilidade.
 

Integrando o Trapaceiro

O Trapaceiro, apesar de seus conflitos, não é um Arquétipo negativo quando se sabe integrá-lo com sabedoria pois, neste aspecto tem-se uma energia criativa e disruptiva que podem ser de grande auxílio na vida do paciente. Quando integrado à consciência, o Arquétipo consegue permitir maior flexibilidade e inovação, desenvolvendo no indivíduo um senso de resiliência que pode em muito transformar sua jornada de cura.
 
Para explorar a energia do Trapaceiro, o Psicólogo Junguiano pode utilizar de técnicas especializadas tais como a Imaginação Ativa, trabalho com sonhos, ou mesmo brincadeira criativa.
 

Saiba identificar e aplicar esse Arquétipo em seus pacientes

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