A esquizofrenia é conhecida como um dos distúrbios mentais mais complexos e desafiadores, sendo amplamente estudada sob o viés de diversas abordagens, a exemplo da Psicologia Junguiana. Carl Jung promove um estudo que se aprofunda não apenas nos sintomas clínicos, mas no significado simbólico e psicológico que permeia essa condição.
Se você quer entender a visão Psicologia Junguiana sobre a esquizofrenia, continue a leitura!
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A Visão Junguiana da Esquizofrenia
Carl Jung escreve que a esquizofrenia não é exclusivamente uma doença psiquiátrica e sim um fenômeno psicológico, como coloca na expressão “psicologia da esquizofrenia”; esse fenômeno atua refletindo conflitos profundos do inconsciente do indivíduo e ainda aponta em suas formulações teóricas que as manifestações da esquizofrenia, delírios e estereotipias, são passíveis de compreensão psicológica do mesmo modo que os sonhos de neuróticos ou pessoas dentro do espectro da normalidade.
Em ‘A Psicologia da Demência Precoce’ (1907), o pai da Psicologia Analítica define delírios e alucinações como expressões simbólicas de conflitos internos com raiz no inconsciente humano. Tais sintomas aparecem como uma tentativa de comunicação entre a psique e a consciência por meio da linguagem simbólica, possível de ser decifrada e interpretada.
Jung ainda define a esquizofrenia como uma patologia que possui causa e fim psíquico onde, para um paciente esquizofrênico, o Self sofre certa fragmentação, passando a coexistir com uma variedade de sujeitos de funcionamento autônomo e, em comparativo, no indivíduo saudável o Self age como o próprio sujeito da experiência.
Logo, a esquizofrenia, para Carl Jung, não se trata exclusivamente de uma ruptura total do paciente para com a realidade e sim, trata-se de uma manifestação de elementos do inconsciente que podem se integrar à personalidade de forma saudável.
Arquétipos e o Inconsciente Coletivo
Uma das formulações de maior relevância para a Psicologia Junguiana é a que se refere aos padrões universais de comportamento e experiência que residem no inconsciente coletivo - os arquétipos.
Segundo Carl Jung, o inconsciente coletivo é uma camada profunda da psique compartilhada por toda a humanidade onde se abrigam os arquétipos - imagéticas e temas primordiais que emergem em sonhos, mitos, religiões, devaneios e, no caso da esquizofrenia, em delírios e alucinações.
No caso da esquizofrenia, Jung observou que os arquétipos tendem a emergir de forma descontrolada, dominando a psique consciente e criando certa desconexão com a realidade externa. Tais arquétipos podem se manifestar de modo que aparecem incompreensíveis para os outros, porém com significado singular e profundo para o indivíduo que os vivencia.
Ainda para o psicólogo analítico, os arquétipos possuem um papel fundamental na esquizofrenia pois, a partir deles, originam-se conteúdos psíquicos que se manifestam durante a doença. Com a incapacidade do ego em lidar com a energia dos arquétipos, há a fragmentação da psique, logo, os sintomas da esquizofrenia podem ser compreendidos como tentativas fracassadas do ego em integrar as imagens arquetípicas.
O Processo de Individuação Interrompido
O processo de individuação, para a Psicologia Analítica, é um dos conceitos mais importantes pois se refere ao desenvolvimento e integração do Self objetivando o autoconhecimento e a cura do indivíduo. Para Jung, a individuação é o processo onde a pessoa se torna consciente de si, integrando o inconsciente ao consciente.
No caso de pacientes que vivenciam a esquizofrenia, o processo de individuação é interrompido ou distorcido; no lugar de haver uma integração harmoniosa dos aspectos conscientes e inconscientes, há uma invasão do inconsciente na consciência que leva à certa fragmentação e desintegração da personalidade. São sintomas dessa ruptura os delírios e alucinações pois o Self não consegue manter a coesão necessária e equilibrada.
Entretanto, Jung não crê que esse processo é irreversível, e sim que, com o tratamento adequado, se fazia possível reiniciar o processo de individuação para, eventualmente, restaurar o grau de integração e equilíbrio na psique do paciente.
Terapia Junguiana e a Esquizofrenia
Carl Jung define o processo da análise como a compreensão do paciente, onde o profissional se responsabiliza por auxiliar o indivíduo a conhecer a si, bem como oferece suporte moral para que o paciente tenha coragem para enfrentar seus desafios internos.
A Terapia Junguiana é capaz de promover uma abordagem inigualável no tratamento da esquizofrenia pois a enxerga como algo que está além de apenas um diagnóstico; com a interpretação de símbolos e arquétipos que emergem na psique do paciente, deixa de suprimir os sintomas da doença e busca compreender o verdadeiro significado de tais sintomas para trabalhá-los como parte de um processo de cura e integração.
Ao envolver análise de sonhos, formas de expressão por meios artísticos ou outros meios de fazer o inconsciente emergir por símbolos, o profissional é capaz de dar voz aos arquétipos, assim auxiliando o paciente na integração dos elementos em sua consciência de forma saudável.
A Psicologia Analítica reforça a importância de uma abordagem não invasiva onde o psicólogo age como um guia, auxiliando o paciente no aprofundamento simbólico de sua psique.
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