A mudança é parte natural da vida de todas as pessoas e pode acontecer em qualquer momento e de maneira diferente. Alguns indivíduos podem mudar mais drasticamente do que outros e até mesmo mais de uma vez.

 

Seja pela busca pelo desenvolvimento interior ou pela transformação do retrato pessoal, as mudanças, grandes ou pequenas, são necessárias. A transformação promovida contribui para quem somos como pessoas. E a Arteterapia entra como uma forte aliada nesse processo transformacional do autorretrato que abordaremos hoje.

 

Mudanças e transformações no passado e no futuro

 

Antes de compreender a atuação da Arteterapia, é importante entender o processo de transformação. Esse fenômeno ocorre de maneira diferente e pode ser dividido entre o passado e o futuro do indivíduo.

 

O que são transformações passadas e mudanças de vida?

 

São experiências que já aconteceram e resultaram em uma mudança do indivíduo ao alterar o estado mental ou emocional da pessoa. São categorizados por falecimento de um familiar, divórcio, abuso e eventos traumáticos em geral.

 

Contudo, a mudança não precisa ser o resultado de uma experiência negativa e ser obrigatoriamente ruim. Eventos traumáticos são capazes de estimular transformações saudáveis, como visitas a lugares novos, conhecer outras pessoas, cultivar o cuidado pessoal, entre outros.

 

O que são transformações futuras e mudanças na vida?

 

Trata-se do indivíduo que deseja mudar algo em si mesmo. Apesar de não ser exclusivo, esse fenômeno costuma referir-se a um "problema" que a pessoa quer resolver dentro de si.

 

Pode envolver o desejo de superar um medo, adquirir uma nova habilidade ou reagir melhor a determinadas situações. Nesse caso, a ajuda de um profissional pode ser indicada para que a pessoa consiga desenvolver a mudança de dentro para fora.

 

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Qual a relação da Arteterapia com transformação e mudança?

 

A Arteterapia transformacional é capaz de fornecer mais informações tanto sobre as transformações passadas quanto as futuras. No caso das mudanças passadas, é possível entender as causas dessa transformação e como a pessoa foi afetada. Por exemplo, a criação de uma arte baseada em um evento traumático, como a perda de alguém, pode ser extremamente terapêutico.

 

Nas mudanças futuras almejadas pelo indivíduo, a Arteterapia funciona como uma ferramenta para canalizar o desejo e transformá-lo em ação. Se a pessoa sente-se triste e deseja ser mais feliz, ela pode tentar resolver seus sentimentos e visualizar a felicidade na arte.

 

Quando uma transformação passada e uma mudança futura se cruzam

 

Nem sempre a Arteterapia transformacional age apenas no passado ou no futuro. Muitas vezes, há uma correlação entre ambas, já que a experiência negativa pode resultar em um desejo de buscar uma mudança positiva.

 

Atividade de Arteterapia transformacional de autorretrato

 

Com tantas mudanças que todas as pessoas passam durante a vida, é importante colocá-las em perspectiva. E é aí que entra o papel da Arteterapia transformacional.

 

Entenda as etapas do processo:

 

Revisitar o passado

 

Neste ponto, o arteterapeuta deve orientar a pessoa a reviver uma experiência ou um evento do passado que ainda tenha um impacto negativo atualmente. O indivíduo deve pensar no que aconteceu, como os eventos se desenrolaram e como isso o afeta hoje. Ele pode se sentir à vontade para escrever os pensamentos, se desejar. Depois, a pessoa deve pensar no que gostaria de mudar em si como resultado dessa experiência negativa.

 

Usar a criatividade

 

Na sequência, o indivíduo deve escolher como ele irá criar um mural de autorretrato transformacional. A atividade pode ser uma pintura, um desenho ou até uma colagem, utilizando os materiais desejados pela pessoa. Essa etapa não pode ser restringida. Então é papel do arteterapeuta incentivar a criatividade, com formatos e representações diferentes de autorretrato e materiais diversos.

 

Primeira parte

 

Esta primeira parte deve conter a experiência que impactou negativamente a vida do indivíduo. É preciso relembrar a época do evento negativo e os sentimentos envolvidos no acontecimento e buscar representá-los visualmente. O objetivo desta etapa é refletir o "eu" daquele momento.

 

Segunda parte

 

O indivíduo agora irá criar outro autorretrato, desta vez com aspecto mais tradicional. O "eu" representado será o atual, que mostra como a pessoa está se sentindo e é hoje. A questão está em refletir como a pessoa está hoje em decorrência da experiência negativa mencionada anteriormente.

 

Parte final

 

Esta etapa consiste em fazer o indivíduo olhar para o futuro. Não é necessário ser um reflexo do futuro imediato nem de um tempo determinado (como 5 ou 10 anos). É interessante que o arteterapeuta deixe a pessoa livre para sair de si mesma o máximo possível. "O que você quer ser?", "Como você quer mudar?" são algumas perguntas para ajudá-lo a ver o "eu" do futuro ideal.

 

Olhar o todo

 

Os três autorretratos produzidos devem agora ser analisados. O indivíduo deve ser estimulado a notar elementos que reflitam a transformação que ocorreu e a que ele deseja que aconteça. Com a perspectiva do passado, do presente e do futuro ideal, é hora de trabalhar para se tornar a imagem que criou.

 

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