O uso terapêutico da mandala na Arteterapia. A figura do círculo sempre esteve presente em nossas vidas. O círculo está no surgimento do universo, desde a expansão de uma única partícula em diversas outras. Está na nossa concepção, do encontro do espermatozoide com a figura circular do óvulo. Está na infância, quando desenhamos figuras circulares.
Essa figura representa o infinito, uma vez que ela não tem um início ou fim. Por todos esses motivos, o círculo é visto na Psicologia como uma representação do nosso interior. É ainda o significado em sânscrito da mandala. A mandala é uma das mais conhecidas ferramentas terapêuticas da Arteterapia, que, como você pode imaginar, tem como formato um círculo.
É importante ressaltar que Jung se refere em suas obras como o mandala, entretanto, pelo apelo do senso comum e pelo uso atualizado do termo por psicólogos analíticos, o referido passou a ser a mandala.
O que é a mandala?
Como já adiantamos anteriormente, a mandala é um termo sânscrito, uma língua morta de raízes indianas, que significa “círculo”, “conclusão” ou "essência". Com profundo significado espiritual e de representação da totalidade, a mandala pode ser encontrada em diversas culturas por todo o mundo.
A mandala na Arteterapia
No contexto arteterapêutico, a mandala é utilizada como uma ferramenta para autoconhecimento, pois ajuda a integrar o inconsciente ao consciente, buscando a totalidade.
Tudo começa com Carl Jung, pai da Psicologia Analítica. Jung percebeu que usou sua própria experiência pessoal para identificar o poder da mandala em um contexto terapêutico. Ao desenhar círculos e mandalas que manifestavam seus sentimentos, Jung passou a fazer o mesmo com seus pacientes.
Jung dizia que a mandala é uma integração, um espaço sagrado onde o indivíduo pode colocar tudo aquilo que está dentro de si. A mandala, então, mostra-se uma forma de expressão do que está no interior, consciente ou não, por meio de uma linguagem simbólica.
Buscando a totalidade em um mundo de fragmentação
Vivemos em um mundo de dissociação e de fragmentação de forma que, às vezes, não nos vemos como um todo. Nesse momento, surge a necessidade de algo que realize uma integração. E é aí que entra a mandala.
A mandala por si só já é integradora, trazendo a totalidade ao permitir integrar os conteúdos do inconsciente com o consciente. Além disso, há um aspecto organizacional na mandala terapêutica, pois ela organiza os sentimentos e os pensamentos.
Com isso, a mandala promove transformações de uma forma delicada ao trazer à tona algo que muitas vezes pode ser traumático. Trata-se de uma ótima ferramenta para que um paciente com conteúdo muito difícil de ser abordado possa se expressar de maneira tranquila.
A Arteterapia é uma maneira não verbal de expressar sentimentos. Na mandala terapêutica, podemos fazer um paralelo com o significado dos sonhos para Jung. O sonho é um campo aberto para o inconsciente, assim como a mandala terapêutica.
Durante o processo de criação da mandala, a pessoa consegue falar do que está no seu íntimo, mas que ela não tem consciência. Isso é feito por uma linguagem simbólica, que pode ser tanto um reflexo dos arquétipos coletivos, quanto individuais.
O que é linguagem simbólica?
Podemos pensar em símbolos e signos, sinais e objetos em suas formas concretas e subjetivas. O Sol, por exemplo, de maneira objetiva, é uma estrela que emite luz solar e calor. Mas, de forma simbólica, pode significar felicidade, conforto, entre outros.
O simbolismo vai além do que se vê e consiste em ampliar algo concreto e encontrar plurissignificados. Na mandala terapêutica, podemos pensar em diversos significados subjetivos de um único objeto para cada pessoa.
Ao desenhar o Sol na mandala, por exemplo, a pessoa não necessariamente está representando o objeto em si, remetendo a um dia ensolarado. Na realidade, pode ser uma representação muito mais pessoal, que deve ser questionada pelo arteterapeuta.
A expressão da mandala terapêutica
Na mandala terapêutica, é possível expressar diversas sensações pelo contato com a energia psíquica interior. Essa expressão acontece por meio de formas, cores e símbolos que são colocados no papel após serem resgatados dentro do indivíduo.
Por isso, a mandala não pode ser interpretada como uma linguagem concreta. É preciso buscar significados plurais e entender como os símbolos expressos na mandala ressoam no indivíduo.
Como interpretar a linguagem simbólica da mandala?
A interpretação da mandala deve ser feita com base no que formas, cores e símbolos utilizados significam para a pessoa. O arteterapeuta, portanto, não deve nunca supor, deve sempre perguntar para estimular a ampliação simbólica do indivíduo, levando ao autoconhecimento.
Depois, o profissional pode propor outras interpretações daqueles símbolos. Isso se faz necessário quando algum símbolo presente na mandala ainda não alcançou a consciência do indivíduo.
Nesse ponto, é importante ressaltar que o arteterapeuta deve ter uma visão de amplitude. Abrir a mente à linguagem simbólica individual de cada paciente é fundamental para melhor acolhê-los.
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A mandala exerce um papel fundamental na Arteterapia para que o indivíduo consiga encontrar sua essência e alcançar o autoconhecimento. Posteriormente, a pessoa acaba entrando em um processo de cura muito benéfico.
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