Os Segredos da Transferência: Uma Jornada pela Psicologia de Jung

Os Segredos da Transferência: Uma Jornada pela Psicologia de Jung

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A psicologia da transferência é um conceito fundamental na psicologia analítica de Carl Jung. Na análise junguiana, a transferência é vista como um processo pelo qual os pacientes projetam seus próprios complexos, fantasias e conteúdos inconscientes nos analistas. Isso ocorre de maneira semelhante à transferência em outras formas de psicoterapia, como a psicanálise freudiana.
 
 
No entanto, Jung deu um passo além, descrevendo a transferência como uma "oportunidade de ouro" para o paciente confrontar, compreender e trabalhar com conteúdos inconscientes que emergem no relacionamento terapêutico.
 
A terapeuta junguiana Jesamine Mello conta que muita gente assume que a psicologia transferencial é apenas sobre um apego infantil e parental ao terapeuta, supondo que a transferência seria eliminada entre terapeuta e cliente com ego adulto. Além de afirmar que isso não é correto, Jesamine diz que é simplista a afirmação de que transferência é sobre as pessoas "redirecionarem" suas emoções ou sentimentos sobre seus pais ou o passado para o presente.
 
 
“Transference psychology in Jungian Analysis goes far beyond infantile parental attachments or redirecting your emotions” — diz a terapeuta no artigo Transference Psychology in Jungian Analysis.
 
O que é transferência na Psicologia Analítica?
 
Na Psicologia Analítica de Carl Jung, a definição de transferência é a projeção inconsciente de um conteúdo subjetivo sobre alguém ou outra coisa — escreve Jesamine. Ela explica que o objetivo de resolver a transferência é retomar esses conteúdos subjetivos para dentro de si mesmo, não resolvê-los e dissolvê-los por meio da análise. Ou seja, transferência significa que vemos algo nos outros que não podemos ver ou reconhecer em nós mesmos.
 
Isso não significa que a transferência seja algo negativo ou que deve ser eliminado; pois, na Análise Junguiana, a psicologia transferencial pode ser um aspecto essencial do processo de cura, pois uma vez resolvida, é uma oportunidade de autorrealização, não só no cliente, mas também para o terapeuta (contratransferência) — diz a especialista com formação em Zurique.
 
Essa possibilidade é exclusiva da visão de Jung sobre a transferência. Jesamine Mello faz uma crítica aos terapeutas que acreditam que estão acima de serem transformados em seu trabalho com os clientes, dizendo que eles compram uma projeção parental/autoritária.
 
 
Aqui estão alguns aspectos-chave da psicologia da transferência na análise junguiana:
 
  • Projeção e Confronto de Complexos:
 
Os complexos são partes inconscientes da psique que contém emoções, memórias e padrões de pensamento relacionados a eventos passados. Quando o paciente projeta um complexo no analista, ele está, de certa forma, externalizando partes de si mesmo. Jung acreditava que a transferência cria uma oportunidade para o paciente confrontar esses complexos e, assim, trazer à consciência conteúdos antes reprimidos.
 
  • A Relação Terapêutica como Laboratório:
 
Jung via a relação terapêutica como um microcosmo das dinâmicas inconscientes do paciente. Portanto, as interações entre paciente e analista durante a transferência eram vistas como um espelho para os padrões de relacionamento e questões não resolvidas do paciente. Isso permitia que o paciente explorasse e trabalhasse suas relações interpessoais e os complexos associados a elas.
 
  • Individuação:
 
Um dos conceitos centrais na psicologia de Jung é a individuação, que se refere ao processo de tornar-se um self mais completo e consciente. A transferência é vista como parte desse processo de individuação. Quando o paciente lida com os conteúdos projetados durante a transferência, ele pode integrar aspectos do inconsciente em sua personalidade consciente, promovendo o crescimento pessoal e a autorrealização.
 
  • Neutralidade do Analista:
 
Ao contrário da psicanálise freudiana, onde os analistas são instruídos a manter uma postura neutra e interpretativa, os analistas junguianos tendem a ser mais ativos na relação com o paciente. Eles podem compartilhar suas próprias reações e associações, quando apropriado, para facilitar o processo terapêutico. Isso pode ajudar o paciente a entender melhor suas projeções e complexos.
 
 
Na análise junguiana, a transferência é vista como um fenômeno terapêutico complexo e valioso. Ela oferece ao paciente uma oportunidade única de explorar seu mundo interior, confrontar complexos reprimidos e crescer em direção à individuação. A relação terapêutica se torna um laboratório para a compreensão de si mesmo, onde o paciente e o analista trabalham juntos para iluminar as profundezas do inconsciente e promover o bem-estar psicológico e o crescimento pessoal.
 
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