O impacto da COVID-19 transcende os sintomas respiratórios e cardíacos, como muitos pacientes pós-COVID têm descoberto. Um estudo envolvendo 5.891 pacientes revelou que 48% das pessoas que se recuperaram da doença experimentaram queda de cabelo, uma consequência muitas vezes subestimada e emocionalmente desafiadora.
Uma dessas pacientes é Grace Lara Melo, gerente de marketing, que passou 20 dias internada devido à COVID-19, com dez desses dias na UTI. Sua luta não terminou com a alta; em vez disso, logo enfrentou a perda significativa de cabelo, uma experiência semelhante à de quem faz quimioterapia. Para Grace Lara, recuperar os fios significava recuperar sua autoestima no pós-COVID.
Ela lembra que a queda começou cerca de um mês após sua alta hospitalar, com uma médica comparando a perda capilar à de pacientes em tratamento de quimioterapia. Lara enfrentou uma montanha-russa emocional e buscou ajuda médica.
Para superar essa queda capilar pós-COVID, Grace Lara adotou uma abordagem multifacetada, incluindo tratamentos com medicamentos e plasma sanguíneo no couro cabeludo. Após 60 dias, os resultados começaram a surgir, com uma significativa melhora em sua condição capilar.
A Causa
Essa forma específica de queda capilar é conhecida como eflúvio telógeno e, de acordo com a dermatologista Alessandra Anzai — entrevistada pelo jornal Estado de Minas — não é considerada uma sequela permanente, mas sim uma consequência da infecção por COVID-19. De fato, um terço da metade das pessoas que tiveram COVID desenvolveram queda de cabelo. Essa condição, no entanto, tem cura e pode ser tratada com o suporte certo.
O estudo aponta que as mulheres enfrentam essa condição com mais frequência, sendo 44% delas afetadas em grau moderado a intenso, em comparação com 9% dos homens. A queda capilar geralmente surge cerca de um mês após a recuperação da infecção, mas a boa notícia é que, em muitos casos, a condição melhora entre três a seis meses após a infecção.
Enquanto enfrentamos as complexidades das consequências da pandemia de COVID-19, incluindo casos de "COVID longa", os profissionais de saúde continuam a lidar com os desafios que surgem. O estudo destaca a necessidade de apoio a longo prazo para aqueles que sofrem essas consequências da infecção.
Como Recuperar os Fios?
Embora as razões para essa condição ainda não estejam completamente esclarecidas, já se sabe que existe uma relação entre o vírus e o eflúvio telógeno agudo, uma forma de queda capilar que também pode ser desencadeada por outras infecções virais e condições de estresse.
A dermatologista Jaqueline Zmijevski explica numa reportagem da BBC que as infecções virais, de maneira geral, podem promover a queda de cabelo. Essa queda é conhecida como eflúvio telógeno agudo. Além da COVID-19, outras situações que podem levar a essa condição incluem febre, infecções agudas, sinusite, pneumonia, gripe, dietas muito restritivas, doenças metabólicas ou infecciosas, cirurgias, especialmente a bariátrica, e estresse emocional.
No caso da COVID-19, quando os sintomas persistem por mais de quatro meses após a infecção, é essencial procurar um diagnóstico adequado, pois a condição pode estar relacionada a problemas subjacentes, como alopecia areata ou alopecia androgenética.
O tratamento da queda de cabelo pós-COVID envolve uma abordagem personalizada. A avaliação diagnóstica é crucial, incluindo exames para verificar níveis de ferro, vitamina B12, hormônios da tireoide e outros indicativos de problemas adjacentes.
O medicamento mais comum para tratar a queda de cabelo é o minoxidil, que pode ser aplicado diretamente no couro cabeludo ou ingerido em comprimidos. Medicamentos anti-inflamatórios e corticoides também podem ser prescritos, mas sua eficácia varia de paciente para paciente. A biotina e o exsynutriment são opções que melhoram a qualidade dos fios, embora a eficácia da biotina na queda pós-COVID não seja comprovada.
Outras abordagens incluem a microinfusão de medicamentos no couro cabeludo, que ativa a vascularização e a multiplicação celular, e o uso de laser de baixa frequência, que melhora a vascularização local, reduz o processo inflamatório e estimula as mitocôndrias responsáveis pela produção de novos fios.
Em todos os casos, é crucial que o tratamento seja supervisionado por um profissional de saúde, uma vez que os medicamentos e terapias podem ter contraindicações e efeitos colaterais. Portanto, a consulta com um especialista em Tricologia é essencial para determinar a melhor abordagem terapêutica.
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