Quando a indústria farmacêutica parecia já ter chegado ao ápice de descobertas nos anos 1980, surgiu uma nova tecnologia os medicamentos biossimilares que, de tão complexa, até hoje só produziu 20 medicamentos registrados, um dos quais a Fiprima (filgrastim), primeiro medicamento biossimilar inteiramente desenvolvido no Brasil e primeiro da América Latina.
O Fiprima é capaz de reduzir os efeitos colaterais causados por sessões de quimioterapia no tratamento de câncer. Medicamentos biológicos como este são, em geral, proteínas produzidas a partir de organismos vivos (bactérias, células de mamíferos ou leveduras), os quais os cientistas manipulam geneticamente para que passem a produzir exatamente aquela substância de que precisam. Os cientistas então cultivam os organismos para que se transformem em "fábricas" de proteínas.
O novo medicamento é uma versão de um remédio biológico originalmente produzido pela Roche, antes da patente expirar no início dos anos 2000. O novo biossimilar foi desenvolvido pela Eurofarma, e por meio de um acordo de transferência de tecnologia, será produzido pela Fiocruz e distribuído de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele deverá chegar ao mercado ainda em 2016 e já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com a fabricação própria em solo nacional, o Ministério da Saúde especula economizar R$ 9,3 milhões por cinco anos, pois, segundo relatórios do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estimam-se para o Brasil 580 mil novos casos da doença em 2015, e cerca de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer em todo o mundo a cada ano.