Cientistas descobrem método para editar RNA em células

Cientistas descobrem método para editar RNA em células

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Um estudo recente tem abalado a comunidade científica de todo o mundo: é a edição do RNA, material genético que transmite informação entre DNA e maquinário produtor de proteína dentro das células.

Esse avanço ocorreu graças a um recurso recém-descoberto, o Crispr, que nada mais é que um método para editar o código genético por meio de moléculas usadas por microorganismos para impedir a invasão de vírus e que, agora, também pode ajudar a reescrever código RNA.

O Crispr já vinha sendo usado para editar DNA, porém, em 2015, sua popularidade explodiu, tanto é que foi usado para alterar o genoma de embriões humanos, criar cães supermusculosos, amendoins antialérgicos e trigo que resiste a pragas.

Agora, com essa novidade, futuramente os cientistas podem desvendar melhor o papel do RNA em células e doenças. Desse modo, a descoberta será útil para tratar desde o mal de Huntington (que causa degeneração das células nervosas) até problemas cardíacos. 

Apesar do Crispr poder revolucionar o tratamento de doenças, há um debate sobre até onde a ciência poderá interferir no genoma humano.

Segundo Feng Zhang, dono da patente da técnica, “estamos apenas tentando brincar com isso e aprender como eles funcionam... e então transformá-los em ferramentas que serão úteis para nós”.

O pesquisador também diz que essa nova descoberta não vai afetar a atual disputa sobre quem possui os direitos sobre essa técnica de edição de genes conhecida como Crispr-Cas9. Apesar da equipe de Zhang ter sido a primeira a usar a abordagem em células de mamíferos, cientistas liderados por Jennifer Doudna, da Universidade da Califórnia, e pelo francês Emmanuelle Charpentier foram os primeiros a publicar o Crispr-Cas9 e mostrar realmente como funciona a atividade com as bactérias.

O estudo de Zhang se concentra apenas em bactérias, já a pesquisa de Doudna aborda o uso do Crispr para cortar RNA em células de mamíferos. Ambas as abordagens têm um longo caminho pela frente, analisou Although Yeo, professor de medicina celular e molecular da Universidade da Califórnia, em San Diego. “Eu acho que nós vamos ver uma avalanche dessas ferramentas que nos permitam monitorar e estudar o RNA”, afirmou. “Isso ajuda a pensar o RNA não apenas como uma molécula intermediária entre DNA e proteínas”, acrescentou.

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