Um estudo publicado na última edição do periódico Archives of Environmental Contamination and Toxicology revelou dados preocupantes sobre uma ameaça ambiental aos corais até então desconhecida: a oxibenzona (ou BP-3, ou, ainda, benzofenona-3). Esse componente químico encontrado nos protetores solares, por bloquear os raios ultravioleta, causa grandes deformidades em bebês de corais, danifica seu DNA e atua como interruptor endócrino, levando o coral a se enclausurar em seu próprio esqueleto e, por fim, a morrer.
A oxibenzona também é utilizada na fabricação de batons, xampus e máscaras para cílios. O produto é diluído na água através da pele dos banhistas e chega a ser tão nocivo que, mesmo quando altamente diluído, como, por exemplo, na proporção equivalente a "uma gota d`água em seis piscinas olímpicas e meia" (que corresponde a 62 partes por trilhão), ainda prejudica os corais.
Cientistas especulam que de 6 a 14 mil toneladas de protetor solar sejam liberadas anualmente em áreas de recife de corais, e a oxibenzona corresponde entre 1% a 10% dessas toneladas. É necessário substituir esse composto químico por outro que não seja nocivo aos corais, por mais que nem todos eles se encontrem próximo a áreas turísticas. Os cientistas estimam que cerca de 10% dos corais ao redor do mundo correm riscos devido à exposição ao protetor solar.
O estudo foi conduzido por cientistas marinhos da Virgínia, da Flórida, de Israel, do Aquário Nacional americano e da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês).