Um grupo de pesquisadores apresentou, na última quinta-feira, fósseis de um primata que pode ser de uma espécie de gênero humano desconhecida até o momento.
O fóssil, encontrado e apresentado na África do Sul, estava em um lugar de difícil acesso, na caverna Rising Star (Estrela Ascendente), a 50 km a nordeste de Johanesburgo. Essa caverna faz parte de uma área arqueológica conhecida como berço da humanidade, considerada como Patrimônio Mundial pela Unesco. Lá, em 2013 e 2014, foram exumados mais de 1.550 ossos pertencentes a, pelo menos, 15 hominídeos, incluindo bebês, adultos jovens e pessoas mais velhas. Todos apresentavam uma estrutura morfológica homogênea até então desconhecida e que foi caracterizada como nova espécie do gênero humano.
O primata descoberto foi batizado de Homo naledi. Em língua Sotho, naledi significa estrela, e Homo, como se sabe, é a palavra latina que designa o gênero ao qual pertencem os humanos modernos. Segundo Chris Stringer, pesquisador do Museu de História Natural de Londres, entre os aspectos dessa nova espécie, os pés, as mãos e os punhos são muito próximos aos do homem moderno, e seu pequeno cérebro e o molde da parte superior de seu corpo são mais próximos de um grupo pré-humano chamado de australopithecus.
Essa descoberta pode ajudar a desvendar o que ocorreu milhares de anos atrás, na transição entre o australopithecus e o primata do gênero Homo. Se essa nova espécie for mais antiga (mais de 3 milhões de anos), provavelmente teria convivido com o australopithecus. Caso seja mais recente (menos de 1 milhão de anos), é possível que tenha coexistido com os neandertais (primos mais próximos do Homo sapiens, espécie de hominídeo à qual pertence o homem moderno), ou mesmo com os próprios humanos modernos.