Realizada pelas universidades federais do Rio, Pará e Campinas junto aos institutos D’Or, Evandro Chagas e Fiocruz, essa pesquisa pioneira traça o comportamento do vírus da zika no cérebro dos bebês durante a gestação.
Os cientistas descobriram como esse vírus age dentro da célula nervosa em formação. Primeiro ele entra na célula e começa a se reproduzir. Depois, a célula ativa um sistema de defesa, parando de se desenvolver até morrer.
Por conta disso, o número de neurônios é muito menor no feto infectado. Além disso, os cientistas encontraram alteração em 500 genes e proteínas dentro das células atacadas pelo vírus, o que provoca a má formação do cérebro.
A neurocientista Patricia Garcez explica que o vírus é tão agressivo que mata as células em 12 dias. Aliás, ele usa todo mecanismo da célula para se autorreplicar.
A descoberta pode ajudar os cientistas a impedir a evolução da zika, agindo rapidamente para encontrar soluções entre os medicamentos já existentes ou criando novos remédios a partir dessas informações.
Mesmo com essa boa notícia, Garcez enfatiza que a população ainda deve tomar cuidados especiais para que o mosquito transmissor da doença não se reproduza. "Que as pessoas não fiquem esperando um medicamento e deixem de se proteger, não. Acho que a prevenção nesse caso, com certeza, é a nossa maior arma contra o mosquito. Contra o vírus da zika a gente precisa se proteger contra mosquitos", conclui a pesquisadora.