Fiocruz desenvolve método para impedir o mosquito Aedes Aegypti de transmitir vírus da dengue

Fiocruz desenvolve método para impedir o mosquito Aedes Aegypti de transmitir vírus da dengue

image


A dengue e as demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti são uma preocupação que vem mobilizando toda a comunidade científica mundial. Nesse contexto, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável por coordenar vários projetos de combate às doenças causadas pelos vírus da dengue, chikungunya e zica, trouxe ao país o projeto de pesquisa "Eliminar a dengue: Desafio Brasil".

O projeto é parte de uma iniciativa inovadora que explora o uso da bactéria Wolbachia, que se encontra em cerca de 60% dos insetos do mundo todo. Esse organismo unicelular interfere na reprodução dos insetos para se beneficiar, de modo que é capaz de reduzir diretamente a transmissão dos vírus, mostrando-se como uma alternativa natural e autossustentável. 

O programa faz parte de um projeto internacional que também realiza pesquisas no Vietnã, na Colômbia, na Indonésia e na Austrália, país que mais se destacou, contribuindo significativamente por conseguir introduzir a Wolbachia com sucesso dentro do ovo do Aedes Aegypti, por meio de microinjeções, sem utilizar nenhum tipo de modificação genética. 

No Brasil, participam do projeto os bairros de Jurujuba, na cidade de Niterói, e Tubiacanga, na Ilha do Governador, localizada na cidade do Rio de Janeiro.
A bactéria Wolbachia é transmitida hereditariamente da mãe para os filhotes. “Este é um diferencial do projeto, pois garante a sua autossustentabilidade sem a necessidade de liberações frequentes de Aedes aegypti com Wolbachia”, afirmou o pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, coordenador do projeto no Brasil.

Atualmente o projeto passa por uma etapa em que os pesquisadores estão avaliando a liberação de mosquitos adultos, bem como de ovos. Nesse caso, é usado o método DLO – Dispositivo de Liberação de Ovos, um recipiente com pequenos furos nas laterais, contendo ovos do Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, água e alimento para as larvas que vão nascer. Estas se tornam adultas cerca de sete dias depois da instalação desses dispositivos, voando para fora deles através dos furos. 

“Estamos em busca de metodologias de liberação dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia que sejam ao mesmo tempo mais eficazes e mais baratas. Devido à facilidade logística e ao menor custo, o DLO permite que áreas maiores sejam trabalhadas, possibilitando, no futuro, a ampliação da área de atuação do projeto”, explica o coordenador do projeto.

Além do projeto "Eliminar a dengue: Desafio Brasil", há também o projeto chamado "Unidades Disseminadoras". Estas funcionam como uma armadilha com inseticida.  Quando a fêmea do Aedes aegypti passa por elas, fica impregnada com a substância e a leva até o criadouro, disseminando a ação inseticida. Com isso, eliminam-se as larvas até mesmo em focos não identificados pela população e pelos agentes de saúde.

0800 767 8727 | (11) 2714-5699