A paixão pelo esporte é nacional. O Brasil é reconhecido mundialmente como país do futebol e, desde cedo, muitas pessoas praticam o esporte, e algumas até se especializam nisso. A Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) oferece um curso presencial de pós-graduação voltado aos amantes desse esporte que queiram obter essa especialização em seu currículo, tornando-o diferenciado.
No entanto, além de envolver paixão, o futebol levanta alguns questionamentos, de modo que esse importante esporte também acabou se tornando objeto de estudo por Tiago Soares Bortolini, doutorando em Neurociências do Instituto DOr de Pesquisa e Ensino (Idor).
O objetivo da pesquisa foi analisar as emoções afiliativas, que decorrem da necessidade que o ser humano tem de se agrupar, unindo-se a pessoas que compartilhem de suas convicções, como as religiosas e as políticas, e se esses grupos representam a extensão da família ou se implicam ligações mais intensas que ela.
O estudo se ateve a torcedores de futebol, em razão do caráter passional e amoral da escolha de um time. Foram observadas regiões do cérebro de 26 voluntários, homens com idade entre 19 e 40 anos, torcedores dos times Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense (apesar do número de voluntários parecer baixo é um número considerado adequado por cientistas em pesquisas com utilização de ressonância magnética).
Os voluntários participaram de uma espécie de jogo de doação de dinheiro, em que era possível doar para si mesmos, para torcedores do seu time ou para pessoas sem time. O equipamento de ressonância mostrava aos participantes projeções de cifrões e era necessário apertar um dinamômetro (aparelho que mede força) com maior ou menor intensidade, dependendo da vontade de doar.
Pela ordem, os resultados mostraram que todos doaram mais para si mesmos, depois para os torcedores do seu time e, por último, para pessoas sem time. Verificou-se que as mesmas áreas cerebrais foram ativadas nas doações para si mesmos e para companheiros de torcida, ao passo que, quando se doava dinheiro a pessoas sem time, outras regiões do cérebro eram ativadas. Desse modo, demonstrou-se que tendemos a formar grupos cooperativos, que nos conferem uma identidade comum. Como estratégia de sobrevivência, transcendemos os laços familiares para formar grupos maiores.