O câncer de mama é uma das doenças que mais matam mulheres no Brasil. A mamografia é o principal exame para identificar a incidência de nódulo e, quando realizada a tempo, pode ser eficaz, pois o tumor tem cura na maioria dos casos. Porém, se a mamografia for realizada e não identificar um nódulo maligno existente, trata-se da pior coisa que pode acontecer, pois o câncer de mama é uma doença extremamente silenciosa, sendo esta uma das principais razões pelas quais um câncer que poderia ter sido tratado a tempo leva uma mulher a óbito.
Tentando mudar esse quadro em uma escala global, um grupo de pesquisadores japoneses e americanos desenvolveu um tipo de material muito sensível e adaptável, semieletrônico à base de nanotubos de carbono, que futuramente pode ser utilizado em luvas especiais, muito finas, capazes de detectar anomalias mamárias, por medirem precisamente variações de pressão.
É de conhecimento do meio cientifico que um protótipo desse tipo pode, em teoria, constituir um eficiente captor de pressão ou de deformações, que aumenta a precisão dos dados com um mínimo de cálculos e recursos eletrônicos.
Um sensor quadrado de 4,8 centímetros de largura é capaz de avaliar a pressão em 144 pontos simultaneamente. A membrana sintética é originalmente transparente, porém, uma vez montada com os transistores orgânicos, os interruptores e os circuitos, o conjunto assemelha-se a uma folha de metal dourada, cuja espessura vai de 3,4 a 8 micrômetros (milionésimos de metro).
De acordo com a explicação do professor Takao Someya, da Universidade de Tóquio, "Os dedos sensíveis de um médico experiente são capazes de detectar um tumor de pequeno tamanho, mas o que é sentido não pode ser medido e se traduzir em dados numéricos podem em seguida ser compartilhados. Esse protótipo é capaz de sanar os obstáculos encontrados na detecção da doença, auxiliando médicos com falta de experiência ou, em alguns casos, com falta de formação adequada à palpação.
Os captores de pressão convencionais são bem maleáveis para se moldar à pele humana, entretanto, sua precisão ao medir variações de pressão quando são torcidos ou enrugados não chega a ser eficiente, tornando-os inadequados para superfícies mais moldáveis e complexas. O desempenho do dispositivo foi testado com um vaso sanguíneo artificial e ele foi capaz de medir pequenas alterações de pressão, conforme constataram os pesquisadores Takao Someya e Sungwon Lee, da Universidade de Tóquio, associados a Zhigang Suo, da Universidade de Harvard. A equipe publicou um artigo sobre esse trabalho no site da revista científica britânica Nature Nanotechnology, na última terça-feira, 26/01/2016.