Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que o genoma brasileiro não é tão miscigenado quanto se imaginava. Depois de analisadas quase 6,5 mil pessoas de diferentes regiões do Brasil, foi possível observar como foram distribuídos os escravos traficados da África, quantificar a variedade de sangue europeu com ênfase no sul do país, bem como revelar como de fato ocorreu essa mistura que deu origem ao povo brasileiro.
Os genomas de cerca de 2 mil nativos de regiões da África e da Europa foram utilizados para comparar com a amostragem da pesquisa, que revelou como a miscigenação ocorreu por meio da colonização.
Informações coletadas de 1.442 habitantes de Minas Gerais (Bambuí) revelaram que cerca de 78,5 % do genoma analisado é de origem europeia, com uma pequena porcentagem ameríndia (6,7%) e africana (14,7%). Dos 1.309 habitantes da Bahia (Salvador), 50,8% apresentam fortes traços de genoma africano, 42,9% mostram traços de genoma europeu e 6,4%, traços ameríndios.
Já no Rio Grande do Sul (Pelotas), dos 3.796 analisados, a influência europeia é evidente (76,1%), com 15,9% de influência africana e 8% de influência ameríndia.
O Estudo faz parte do projeto EPIGEN Brasil, do Ministério da Saúde, cujo interesse é entender o efeito de doenças complexas no Brasil por meio da miscigenação.