Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) buscou entender por que às vezes temos a tendência a assumir riscos e outras vezes não, e descobriu que essa tendência está ligada ao que as pessoas a nossa volta estão fazendo.
O estudo foi liderado pelo professor de Psicologia John O`Doherty e publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O experimento contou com 24 voluntários que participaram de três tipos de teste e, durante a realização destes, os participantes tiveram suas atividades cerebrais monitoradas por meio de ressonância magnética funcional.
No primeiro experimento realizado, os voluntários podiam receber 10 dólares de forma garantida, ou aplicar esses 10 dólares em investimento para talvez ganhar mais dinheiro. No segundo experimento, os voluntários podiam saber com antecedência o que a maioria dos outros participantes tinha decidido quanto ao que fazer com o dinheiro. E, por fim, no terceiro experimento, os participantes tinham como tarefa tentar prever o que os demais participantes escolheriam.
Os neurocientistas descobriram que os voluntários foram mais propensos a escolherem livremente apenas no primeiro experimento, quando não havia influencia por parte dos outros voluntários. Na segunda etapa do experimento, verificou-se que a decisão de escolha por algo mais seguro acabou inibindo o comportamento mais ousado dos voluntários. No terceiro teste, praticamente todos os participantes conseguiram prever o que os outros iam escolher.
Durante os testes, os pesquisadores viram que uma região conhecida como núcleo caudado possui relação com a tendência a assumir riscos, assim, quanto maior a atividade produzida, maior era a tendência a apostar. E quando outros participantes optavam por isso, a atividade do sujeito examinado aumentava naquela área, explicando o “efeito manada”.
Quando os participantes no terceiro teste tentavam deduzir qual atitude os outros voluntários tomariam, os pesquisadores perceberam que a região do cérebro conhecida como córtex dorsolateral pré-frontal também mostrou-se ativa. Dessa forma, os pesquisadores acreditam que a conexão entre os neurônios dessa região e do núcleo caudado varia, o que pode explicar a suscetibilidade maior de algumas pessoas a serem influenciadas pelo grupo ao tomar decisões de risco.
Pesquisas desse tipo são importantes para verificar tendências de mercado, bem como o comportamento arriscado de adolescentes.