De 2003 a 2013, os bancos de sangue de cordão umbilical privados brasileiros coletaram 92.545 cordões, dos quais apenas 13 foram usados em transplantes: 5 pelas próprias crianças e 8 por parentes. Ou seja, somente 0,01% dos cordões umbilicais armazenados foram aproveitados.
Já os bancos públicos, que compõem a Rede Nacional de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BrasilCord), possibilitaram 29 transplantes somente entre 2012 e 2013. Os dados são do Relatório de Avaliação dos Dados de Produção dos Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário de 2013, divulgado pela ANVISA.
No total, a rede pública contava com 19.694 unidades congeladas, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), das quais 175 já foram usadas em transplantes.
Como funcionam os bancos de cordão?
O sangue de cordão umbilical pode ser usado em transplantes principalmente para casos de pacientes com doenças do sangue. Se trata de uma alternativa ao transplante de medula óssea.
Assim como a medula, o sangue do cordão também é rico em células-tronco hematopoiéticas que são capazes de originar ou regenerar todos os tipos de células que circulam no sangue.
Nos bancos privados, a família solicita o armazenamento do sangue do cordão do bebê para o caso de ele precisar dessas células no futuro. Já nos bancos públicos, as células doadas podem ser utilizadas por qualquer paciente com indicação para transplante que tenha compatibilidade.
Um dos fatores que diminuem o aproveitamento do sangue de cordão armazenado em bancos privados é o fato de que algumas leucemias - causa mais comum de transplantes na infância - têm origem genética. O sangue do cordão do paciente, portanto, carregará em seus genes os mesmos defeitos responsáveis pela doença.
O relatório da ANVISA aponta para uma redução de 12,5% do número de novos cordões armazenados nos bancos privados.
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