O Instituto Butantan está trabalhando atualmente no desenvolvimento de uma vacina que seja eficiente contra o zika vírus. De acordo com o diretor do Instituto, Jorge Kalil, o tempo para se desenvolver a vacina pode variar entre 3 e 5 anos, sendo de um ano o tempo necessário para iniciar os testes em macacos e o registro oficial nos anos posteriores.
O tempo é considerado recorde, pois, em média, vacinas demoram cerca de 10 a 12 anos para serem desenvolvidas, pelo fato de serem necessários muitos testes, observação e experimentação. A solução mais rápida, segundo Kalil, é desenvolver um soro, o antizika, que poderia, no futuro, ser usado em grávidas diagnosticadas com o vírus.
O soro tem a função de neutralizar o vírus já presente no organismo da pessoa infectada; ele contém anticorpos prontos para atacar o vírus. Por sua vez, a vacina estimula o organismo a desenvolver anticorpos contra o vírus, imunizando o corpo.
Kalil pontua que o modo de desenvolvimento do soro antizika deve ser semelhante ao que se usa para produzir o soro contra a raiva: Primeiro é preciso cultivar o vírus em células e inativar esse vírus. Depois, ele é usado para imunizar um cavalo, como se estivesse fazendo uma vacina no animal, que passa a produzir anticorpos contra o vírus. Em seguida, pego o plasma do sangue do cavalo com os anticorpos, trago para a fábrica e purifico para selecionar só aqueles específicos contra o vírus.
A corrida contra o tempo é crucial para desenvolver a vacina. Segundo Kalil, os primeiros passos laboratoriais são isolar o vírus, colocá-lo em cultura, sequenciar e verificar se ele cresce bem.