A arquitetura brasileira ficou marcada, nesta segunda-feira, dia 9, pela perda do arquiteto Carlos Bratke, conhecido principalmente pelas mais de 60 edificações localizadas na região da Berrini, na zona sul da capital paulista.
O arquiteto, que seguiu os passos modernistas do pai, Oswaldo Bratke, iniciou sua carreira na década de 1960 e firmou-se pela singularidade de seus projetos, muitas vezes polêmicos, em que defendia o uso expressivo do concreto pré-moldado.
Contudo, Bratke foi além dessa característica e, com o passar dos anos, mesclou em seu trabalho elementos futurísticos como o vidro espelhado e o aço, fortemente presentes na arquitetura pós-moderna.
Entre os trabalhos mais famosos de Bratke estão prédios como o Edifício Banespa, construído em 1992, no centro da cidade; o Edifício Baronesa de Saint Seve, na Rua Guararapes; e o grande Plaza Centenário, popularmente conhecido como “Robocop”, na Avenida das Nações Unidas, que conta com 32 andares e uma estrutura revestida em alumínio composto.
“Carlos pertenceu à primeira geração dos arquitetos paulistas, aquela que contestou o movimento moderno. Sua obra foi sempre calcada por um tênue equilíbrio entre a experimentação e a viabilidade mercadológica; um exemplo para todos nós adeptos da prancheta”, declarou Felipe Melachos, professor mestre do curso de pós em Aquitetura Hoteleira, da USCS.
O arquiteto, que atuou também como professor nas universidades Mackenzie e Belas Artes e foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, recebeu inúmeros prêmios nacionais e internacionais ao longo de sua carreira, como o “Conjunto de Obras” (Premiação XV Congresso Brasileiro de Arquitetos), em 1997, e o Prêmio “Vitrúvio 99” de Arquitetura Latino-Americana, outorgado pelo Museu Nacional de Buenos Aires, em 1999.