Atualmente as empresas têm se preocupado bem mais com sua relação com o meio ambiente e com os impactos que causam na natureza, em razão de uma série de fatores, que vão desde a imagem que o público faz da instituição até a sua relação com stakeholders e clientes.

Essa tendência se intensificou ainda mais após o maior desastre ambiental do nosso país: a queda da barragem da empresa Samarco, em Mariana, Minas Gerais, que, além de ter deixado 18 pessoas mortas e uma desaparecida, dizimou dezenas de espécies de animais da região, sem contar a destruição de casas e a poluição completa do Rio Doce, que afetou a vida de todos os moradores da cidade até os dias de hoje.

Todo esse problema foi ocasionado por uma má gestão, e isso fez com que a sociedade intensificasse a cobrança de políticas sustentáveis nas empresas. Desse modo, a contratação de gestores ambientais é cada vez mais requisitada.

O gestor ambiental é responsável por avaliar, decidir e definir estratégias para alcançar cada vez mais metas sem causar danos ao meio ambiente, uma tarefa desafiadora – dependendo do tipo de negócio da empresa –, mas nada impossível. Uma das funções mais marcantes desse líder é a necessidade de prever acidentes ambientais. Para isso, é necessário ser uma pessoa muito concentrada e estudiosa; é preciso analisar dados, cruzar informações e nunca seguir um projeto “às escuras”, com pouca certeza de onde se está pisando.

Listamos os três principais desafios que o gestor ambiental encontra em sua carreira.

Conservar e recuperar áreas devastadas não são tarefas simples, e, muitas vezes, demora-se anos para obter bons resultados. O gestor, nesse contexto, deve elaborar estratégias que respaldem um plano de contenção de danos ambientais, que leva em consideração informações como aspectos legais de conservação de patrimônio, avaliação de riscos ambientais, preparação e respostas a emergências, programas de operação de emergência, custos e orçamentos, entre outros aspectos.

Com as mídias sociais, as pessoas cada vez mais expressam sua indignação ou admiração por uma marca, e isso em uma velocidade consideravelmente rápida. É de suma importância que, ao realizar o plano de ações ambientais, a comunicação com as mídias sociais seja também levada em conta, e que isso seja alinhado com a área comercial ou de marketing da empresa. Mesmo que o líder promova medidas para revitalizar uma área danificada pelas ações da empresa, os resultados nem sempre são imediatos. Na verdade, muitos resultados levam vários anos para aparecer, e as pessoas precisam ser conscientizadas de tudo o que está sendo feito pela empresa para manter uma imagem sustentável.

A prevenção de riscos naturais é uma das coisas mais delicadas que o gestor precisa fazer. Para se adiantar em relação aos problemas, é necessário muito estudo e bons conhecimentos sobre o solo, os materiais e seus efeitos. O líder precisa ter algumas habilidades específicas para conseguir executar bem essa tarefa: visão panorâmica, a fim de averiguar tudo o que está sendo feito e corrigir possíveis gargalos; trabalho em equipe, pois ninguém sabe de tudo; levantamento e comparação de dados, com posterior discussão de ideias, para então definir o trajeto a ser percorrido; e, principalmente, ter organização e foco.

Levar a questão sustentável lado a lado com a inovação é muito importante para manter a boa comunicação com clientes e comunidade. No entanto, essa prática muitas vezes é de alto custo para as empresas. Algumas chegam a gastar milhões de reais, de modo que muitas empresas acabam preferindo não investir nisso, em razão dos altíssimos custos de manutenção e pesquisa.

Tudo isso acaba configurando um cenário de oportunidades para cada empresa mostrar seu diferencial na gestão e encarar o desafio de produzir sem impactar. Buscar novas tecnologias e recursos menos dispendiosos e mais eficientes pode trazer os resultados esperados.